Os índices futuros dos EUA e bolsas da Europa operam em trajetória de baixa, nesta manhã de quarta-feira (20), dia de Super Quarta. Tanto aqui quanto nos Estados Unidos, serão anunciadas decisões sobre os juros.
As decisões, porém, são previsíveis pelos mercados. A indicação é de que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) deve seguir mantendo os juros inalterados, uma vez que os últimos indicadores econômicos têm mostrado uma economia ainda bastante resiliente.
De olho no futuro, os investidores estarão atentos às falas do presidente do Fed, Jerome Powell, após o anúncio da decisão. Esta sim poderá dar indicativos dos passos que a autoridade monetária estadunidense adotará no horizonte para chegar à meta de inflação de 2% ao ano.
No Brasil, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central deve cortar a taxa básica de juros, Selic, pela sexta vez seguida em 0,50 ponto percentual, para 10,75%, segundo a expectativa unânime do mercado. Os analistas esperam que o BC adote uma sinalização mais cautelosa diante dos dados mais altos de atividade e pressão recente dos preços de serviços.
Brasil
O Ibovespa seguiu o otimismo do mercado externo na terça-feira (19), e fechou com alta de 0,45%, aos 127.528 pontos.
Sem indicadores relevantes no radar, os investidores já montam posições para a Super Quarta hoje (20), quando haverá decisões sobre os juros nos Estados Unidos e no Brasil.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) começou a reunião ontem (19), e as projeções indicam a manutenção da taxa de juros por lá, em uma banda entre 5,25% e 5,50% ao ano.
Por aqui, também teve início da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central e, ao contrário do que deve ocorrer lá fora, as projeções indicam novo corte de 0,50 ponto percentual na taxa básica de juros (Selic), que passará de 11,25% para 10,75% ao ano.
O dólar teve leve avanço 0,08%, cotado a R$ 5,0297 no mercado à vista.
Europa
Os mercados europeus operam majoritariamente em baixa, com os investidores aguardando as decisões dos juros nos EUA.
Por lá, os investidores repercutem as quedas das ações de empresas de artigos de luxo, como a Kering, holding francesa com sede em Paris, alertar para o declínio das vendas na Ásia.
Também digerem o fato de a inflação no Reino Unido terem ficado em 3,4% em termos anuais em fevereiro, percentual abaixo dos 4% em janeiro.
FTSE 100 (Reino Unido): -0,31%
DAX (Alemanha): +0,05%
CAC 40 (França): -0,83%
FTSE MIB (Itália): -0,09%
STOXX 600: -0,25%
Estados Unidos
Os índices futuros operam em baixa hoje, com Wall Street apostando que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas nesta quarta-feira.
Como a decisão deve vir sem surpresas, eles estarão de olho no gráfico de pontos para obter informações sobre o número e o momento dos cortes nas taxas de juros, e nas falas do presidente do Fed, Jerome Powell, na entrevista coletiva concedida após o anúncio da decisão.
Dow Jones Futuro: -0,06%
S&P 500 Futuro: -0,09%
Nasdaq Futuro: -0,05%
Ásia
Os mercados asiáticos fecharam majoritariamente em alta, após o banco central chinês (PBoC) deixar suas principais taxas de juros inalteradas e à espera do anúncio de política monetária do Fed.
Ontem à noite, o PBoC manteve suas taxas de juros de referência para empréstimos (LPRs) de 1 e 5 anos em 3,45% e 3,95%, respectivamente. No mês passado, a taxa mais longa havia sido reduzida.
Shanghai SE (China), +0,55%
Nikkei (Japão): +0,66%
Hang Seng Index (Hong Kong): +0,08%
Kospi (Coreia do Sul): +1,28%
ASX 200 (Austrália): -0,10%
Petróleo
As cotações do petróleo operam no vermelho, com um dólar mais forte restringindo o apetite dos investidores.
Petróleo WTI, -1,04%, a US$ 82,60 o barril
Petróleo Brent, -0,81%, a US$ 86,68 o barril
Agenda
A agenda desta quarta-feira é marcada pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.
Por aqui, no Brasil, no campo político, a Câmara aprovou ontem (19) um projeto que autoriza o uso da chamada “depreciação acelerada”, com incentivo fiscal para estimular a indústria a investir em novas máquinas e equipamentos. A renúncia de receitas do governo com a medida estará limitada a R$ 1,7 bilhão em 2024. O texto vai agora para análise do Senado. A proposta faz parte da Nova Indústria Brasil (NIB), programa lançado em janeiro pelo governo para alavancar o setor.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg