Pelo segundo dia consecutivo, o Ibovespa foi contaminado pela onda de pessimismo que tomou conta do mercado norte-americano, e caiu 1,21% nesta sexta-feira (2), aos 128.854,09 pontos. Com isso, o principal indicador da Bolsa brasileira fechou pela terceira semana seguida no campo negativo, com perda acumulada de 1,29%.
Mas, importante dizer, não foi somente no Brasil. Só para citar um exemplo, a Bolsa de Tóquio fechou em forte baixa de 5,8%, aos 35.909,70 pontos, no pior desempenho diário desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020. Mas os demais mercados da Ásia e, também, da Europa, sentiram o baque. Em Nova York, o tombo das bolsas hoje foi feio.
O efeito cascata começou ontem (1º), com a divulgação do PMI industrial dos EUA, que contraiu em julho pelo quarto mês consecutivo. Os pedidos de seguro-desemprego, por sua vez, vieram acima do esperado.
A pá de cal veio hoje, com a divulgação do payroll de julho (relatório de folha de pagamentos), que confirmou a contração do mercado de trabalho a um nível preocupante. Para piorar, as novas encomendas de produtos manufaturados nos EUA caíram mais do que o esperado em junho.
Ou seja, diante desse cenário, a pergunta que ronda a cabeça dos agentes é: o Fed (Federal Reserve, o banco central estadunidense) errou em manter a taxa de juros na banda dos 5,25% a 5,50% por tanto tempo? Perdeu o timing do corte? Lembrando que, na quarta-feira passada (31), a autoridade monetária anunciou a decisão de manter os juros, com sinalização de um corte na reunião de setembro.
Enquanto isso no Brasil, na passagem de maio para junho, a produção industrial do país avançou 4,1%, interrompendo dois meses consecutivos de taxas negativas, período em que acumulou perda de 1,8%. Com isso, o setor industrial marcou o resultado positivo mais intenso desde julho de 2020, quando havia registrado alta de 9,1%.
Contudo, como se vê, isso não foi suficiente para salvar o Ibovespa.
Dólar
O dólar comercial, por sua vez, passou a cair diante do real, para fechar com menos 0,45%, a R$ 5,70. Os Treasuries dos EUA também recuaram com amplitude, bem como os DIs (juros futuros), que desceram por toda a curva e ficaram abaixo dos 12%.
Mercado externo
As bolsas de Wall Street refletiram o temor causado pelo payroll de junho, o relatório de mercado de trabalho preferido pelo Fed, o banco central dos EUA. No período, o país criou 114 mil vagas de emprego, enquanto os analistas esperavam 175 mil. A taxa de desemprego subiu para 4,3%, ante 4,1% do mês anterior, superando estimativa de estabilidade. Com isso, subiu o temor de uma recessão na economia norte-americana.
O Dow Jones caiu 1,57%, aos 39.735,09 pontos; o S&P 500, -1,84%, aos 5.346,51 pontos; e o Nasdaq, -2,43%, aos 16.776,16 pontos.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias