Terremoto em Taiwan pode afetar suprimento de semicondutores para o mundo

A produção de Taiwan responde por até 90% do fornecimento global de semicondutores mais sofisticados, usados em carros elétricos, smartphones e aplicações de inteligência artificial.
4 de abril de 2024

Taiwan é uma pequena ilha localizada na Ásia, próxima da China, que é conhecida por uma profícua produção de semicondutores. Por essa razão, o forte terremoto que atingiu essa nação insular ontem (3), o maior em 25 anos, deixou a indústria mundial em alerta.

A produção de Taiwan responde por até 90% do fornecimento global de semicondutores mais sofisticados, usados em carros elétricos, smartphones e aplicações de inteligência artificial. Com tamanha concentração de mercado, os impactos globais são certeiros.

O terremoto de magnitude 7,5 na escala Richter (1 a 10) acendeu o alerta no mundo, pois o forte tremor interrompeu a produção das empresas de semicondutores da ilha, aumentando a possibilidade de consequências para o setor de tecnologia e, talvez, para a economia global.

Isso porque Taiwan tornou-se celeiro da fabricação de chips avançados, a base de tecnologias que vão desde inteligência artificial (IA) e smartphones até veículos elétricos.

A ilha é propensa a terremotos porque está próxima à convergência de duas placas tectônicas, e uma única vibração pode destruir lotes inteiros de chips fabricados com precisão.

Entre as empresas afetadas pelo tremor está a Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), principal fornecedora da Apple e da Nvidia, que interrompeu a fabricação de alguns chips, retirou a equipe de algumas fábricas e está avaliando o impacto de um terremoto.

A outra afetada foi a United Microelectronics (UMC), de menor porte, que também interrompeu a produção em algumas fábricas e evacuou algumas instalações em seus centros de Hsinchu e Tainan, informou em um comunicado.

As empresas taiwanesas, desde a TSMC até a ASE Technology Holding, fabricam e montam cerca de 80% a 90% dos chips de ponta necessários para aplicativos avançados, como smartphones e IA, e também carros elétricos, em fábricas vulneráveis até mesmo aos menores tremores.

Depois de terremoto, ações das empresas de semicondutores caem

Os efeitos do forte abalo sísmico já começam a ser sentidos pelas empresas, pois o mercado financeiro não perdoa, ainda que o pano de fundo seja uma tragédia.

Uma das consequências práticas da tragédia foi que as ações da TSMC caíram 1,3%, enquanto as da UMC registraram perdas de quase 1%.

Segundo analistas, os danos causados nos itens produzidos bem como a interrupção da produção de chips de ponta na ilha podem levar impactos na indústria mundial.

Contudo, na avaliação de relatório do ItaúBBA publicado ontem, como o maior impacto do terremoto se deu na costa leste da ilha, enquanto na oeste, onde estão localizadas as instalações da TSM, a intensidade foi menor, as consequências não seriam assim tão desastrosas.

Isso porque as instalações da TSM foram projetadas para resistir a terremotos de até 7,0 graus de magnitude, a fim de proteger a economia de Taiwan.

O Itaú BBA ressaltou ainda que algumas fábricas da empresa já voltaram ao trabalho na tarde desta quinta-feira (4), no horário local, enquanto alguns locais mantêm a produção suspensa e retomarão o trabalho após inspeções.

Até o momento, as inspeções iniciais indicam que os locais de construção estão “normais”, de acordo com um porta-voz da TSM.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e de O Globo

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