Quatro diretores que votaram pelo corte de 0,50 p.p. na Selic ressaltaram que geraria um "custo de oportunidade" não seguir o guidance da reunião anterior, que indicava corte de nessa proporção na taxa básica de juros.
Decisão foi pautada por um racha evidente no colegiado: de um lado, diretores indicados pela gestão Lula, que votaram em um corte de 0,50 p.p.; de outro, os indicados durante o mandato de Bolsonaro, incluindo o presidente do BC, que votaram pelo corte de 0,25 p.p. na Selic.
O comunicado divulgado com a decisão de hoje traz um diferencial em relação aos anteriores: não traz o chamado forward guidance, ou seja, não dá pistas sobre o que vai acontecer nas próximas reuniões, deixando o futuro em aberto.
A dúvida que paira é sobre o tamanho do corte na taxa básica de juros, a Selic. O corte será de 0,50 p.p. ou de 0,25 p.p.? Decisão será anunciada amanhã (8).
Diante das recentes mudanças nas metas fiscais do Brasil nos próximos anos e da conjuntura internacional, analistas esperam divergência na próxima reunião do colegiado.
"Tem muita coisa que está fazendo com que o mundo esteja atento ao que está acontecendo nos Estados Unidos e o dólar está se valorizando frente às demais moedas", disse o ministro da Fazenda, que está nos EUA para participar de uma série de reuniões.
Comunicado divulgado com a decisão diz que "ambiente externo segue volátil" e que "o cenário-base não se alterou substancialmente".
Para economistas do ICL, manter juros elevados é remédio amargo demais e que não é eficiente para controlar a inflação. CNI vê espaço para corte de 0,75 p.p. na Selic na reunião de hoje.