As companhias aéreas registraram aumento de 14,7% no tráfego de passageiros no ano passado em relação a 2022. Isso aconteceu mesmo com os preços das passagens aéreas estando caros. Os dados são do relatório Insight da Aviação Brasileira da Associação Latino Americana e do Caribe de Transporte Aéreo (Alta).
Em um momento em que as aéreas brasileiras negociam socorro financeiro com o governo, a indústria da aviação no Brasil alcançou uma taxa de ocupação global de 77,6% em 2023.
No ano passado, a taxa de ocupação foi de 76,5%, no mercado doméstico, e de 82,2%, no mercado internacional.
A liderança ficou com a Latam, com uma fatia de 36% do total de passageiros. Na sequência veio a Gol, com 32%, seguida pela Azul, com 31%.
Os aeroportos com maior crescimento de demanda e oferta de assentos ficaram concentrados no eixo Rio-São Paulo: Congonhas, Guarulhos e Santos Dumont.
Ao Estadão/Broadcast, o CEO da entidade, José Ricardo Botelho, disse que, em meio a um ambiente global e regional desafiador, a aviação brasileira mostra resiliência e busca se recuperar do período da pandemia de Covid-19.
Companhias aéreas: preços das passagens aéreas aliviam inflação para a alta renda
O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda mostra que a inflação acelerou de um aumento de 0,61% em dezembro para uma alta de 0,66% em janeiro para o segmento familiar de renda muito baixa. Para o grupo de renda alta houve desaceleração, de uma elevação de 0,62% em dezembro para aumento de 0,04% em janeiro.
Conforme explicou a economista e apresentadora do ICL Mercado e Investimentos Deborah Magagna, o alívio para as famílias de renda mais alta veio justamente dos preços das passagens aéreas, que apresentaram queda.
Mas a queda aconteceu agora. No ano passado, segundo Deborah, houve crescimento do tráfego aéreo mesmo com os preços das passagens estando caros. “Mesmo com os preços mais altos ao longo do ano todo [passado], por mais que eles tenham arrefecido [agora], isso não impediu que o tráfego aéreo fosse menor ou reduzido. Foi isso o que ajudou as empresas ligadas a turismo a subirem ontem (19) na bolsa (B3)”, pontuou a economista.
Em 2023, o setor de aviação comercial do Brasil teve uma demanda total de 111,5 milhões de passageiros em 2023. O segmento doméstico, que corresponde a 81% do mercado brasileiro de voos, teve alta de 10,4% no tráfego de passageiros no ano passado, ante o ano anterior.
A rota entre São Paulo (Congonhas) e o Rio de Janeiro (Santos Dumont) registrou o maior tráfego de passageiros no mercado doméstico, com taxa de ocupação de 62% no período.
Já no segmento de viagens internacionais no Brasil, houve aumento de 37% no tráfego de passageiros na mesma base de comparação, com 21,5 milhões de passageiros tomando voos para o exterior.
Em nota, a Alta afirmou que esse movimento reflete “uma recuperação firme e a expansão das conexões internacionais”.
A rota internacional mais movimentada, de acordo com o relatório da Alta, foi entre São Paulo e Santiago (Chile), com taxa de ocupação de 82%.
O relatório ainda mostra que o setor aéreo teve um avanço consistente entre 2009 e 2023, período em que a taxa de crescimento anual composta (CAGR) foi de 3,38% para voos domésticos e 3,75% para internacionais.
Assista à análise completa da economista Deborah Magagna no vídeo abaixo:
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e de O Estado de S.Paulo