Valor de R$ 600 do Auxílio Brasil é insuficiente para a maioria, aponta Datafolha

61% dos entrevistados na pesquisa Datafolha afirmam que o objetivo do governo é ganhar votos com o pacote de benefícios
2 de agosto de 2022

Uma das principais apostas do presidente Jair Bolsonaro para crescer nas pesquisas eleitorais, o Auxílio Brasil temporário de R$ 600 é visto como insuficiente pela maior parte da população de acordo com nova pesquisa Datafolha, contratada pela Folha de S. Paulo e publicada no UOL. A pesquisa ouviu 2.556 pessoas em 183 cidades de forma presencial na quarta (27) e quinta-feira (28). A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos. A pesquisa está registrada no TSE com o número BR-01192/2022.

Segundo o Datafolha, 56% dos eleitores afirmam que o valor máximo de R$ 600 para o Auxílio Brasil é insuficiente, 36% classificam como suficiente e 7% avaliam o montante como mais do que suficiente. Entre os que recebem o Auxílio Brasil, 54% consideram o valor insuficiente, 38% avaliam como suficiente e 8% afirmam ser mais do que suficiente.

Na pesquisa Datafolha, divulgada em maio, em que foram questionados sobre o pagamento de R$ 400, valor que será elevado temporariamente de agosto a dezembro do Auxílio Brasil, 69% dos beneficiários afirmaram que o benefício era insuficiente, 29% classificavam como suficiente e 2%, como mais do que suficiente.

De acordo com o levantamento, 25% dos entrevistados recebem ou moram com um beneficiário do Auxílio Brasil, programa que substituiu o Bolsa Família. Em maio, eram 21%. Entre os beneficiados (diretos ou indiretos), 63% são mulheres.

Além do valor de R$ 600 ser considerado insuficiente pela maioria da população, o pacote de medidas contido na PEC dos benefícios sociais, que inclui auxílio para caminhoneiros e taxistas e ampliação do valor do vale gás, também é percebido como eleitoreiro pela maioria dos entrevistados 

Questionados sobre o motivo para o governo oferecer o pacote de benefícios programado para acabar no final do ano, 61% dos eleitores afirmaram que o principal objetivo é ganhar votos para o presidente Bolsonaro. Outros 31% dizem que o governo quer, principalmente, ajudar as pessoas que estão precisando, enquanto 6% veem as duas motivações em conjunto e 2% não opinaram.

Não há diferença significativa neste quesito entre a opinião dos que são beneficiários (59% avaliam que a motivação é principalmente eleitoral e 32% destacam o objetivo de ajudar os pobres) e os eleitores que não recebem o auxílio (61% e 31%, respectivamente).

Entre os que aprovam o governo, 20% veem o pacote com objetivo prioritariamente eleitoral, e 68% destacam o intuito de ajudar as pessoas. Para os que reprovam a gestão atual, os percentuais são de 87% e 9%, respectivamente. A percepção sobre o objetivo eleitoreiro também é maior entre eleitores de 16 a 24 anos (69%).

Pesquisa mostra que, mesmo com medidas eleitoreiras como o aumento do Auxílio Brasil, Bolsonaro continua em segundo lugar na pesquisa

Mesmo com a enxurrada de anúncios de benesses econômicas, como o aumento do Auxílio Brasil e, principalmente, a pressão pela queda no preço dos combustíveis, Bolsonaro continua em segundo lugar na pesquisa, praticamente na mesma posição do levantamento anterior.

A pesquisa Datafolha, divulgada em maio, apontava a avaliação negativa do governo do presidente Bolsonaro, que atingiu o índice de 48%, oscilando dentro da margem de erro na comparação com a anterior, de março, quando o índice dos que consideravam a gestão ruim ou péssima era de 46%. Esse resultado indica que Bolsonaro é o presidente com a pior avaliação em igual tempo de mandato entre todos os presidentes eleitos após a redemocratização do país. Também posicionava o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 21 pontos percentuais de vantagem sobre o presidente Jair Bolsonaro (PL), liderando a disputa presidencial com 48% das intenções de voto no primeiro turno, ante 27% do atual presidente, evidencia o cenário de polarização entre os dois antagonistas. O terceiro colocado, Ciro Gomes, aparece com 7%.

Para atrair mais votos, outra medida eleitoreira do governo é o crédito consignado para os beneficiários do auxílio. A modalidade ainda não foi liberada pelo governo federal, mas já há oferta de empréstimos, com juros de quase 80% ao ano.

O Auxílio Brasil de R$ 600, o Auxílio Gás que pode chegar a cerca de R$ 120 e o Auxílio Caminhoneiro são os primeiros a serem liberados pelo governo, a partir de 9 de agosto. O Auxílio Taxista está previsto para ser pago no dia 16.


Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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