A projeção do consenso de mercado Refinitiv para o volume de serviços no Brasil em fevereiro era de alta de 0,7%, mas os números divulgados nesta terça-feira (12) decepcionam ao apresentarem queda de 0,2% em fevereiro na comparação com janeiro, conforme Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O setor está 7 % abaixo de novembro de 2014 (ponto mais alto da série histórica). Somente na base anual houve alta de 7,4%, porém ainda abaixo das estimativas que indicavam 8,8%. Nas últimas seis taxas, quatro foram negativas (em agosto, setembro, janeiro e fevereiro) e duas foram positivas (em novembro e dezembro).
O gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, explica que os números indicam “um setor de serviços mais estacionário, mostrando uma acomodação dos ganhos auferidos até agosto de 2021”.
Das cinco atividades acompanhadas pela pesquisa, duas tiveram queda na passagem entre janeiro e fevereiro: serviços de informação e comunicação (-1,2%) e outros serviços (-0,9%), que acumularam, respectivamente, perdas de 4,7% e de 1,3% nos dois primeiros meses de 2022. As altas foram nas atividades de transportes (2,0%), serviços profissionais, administrativos e complementares (1,4%) e os prestados às famílias (0,1%).
Regionalmente, 13 das 27 unidades da federação tiveram retração no volume de serviços entre janeiro e fevereiro, com impacto mais importante vindo de São Paulo (-0,5%), seguido por Distrito Federal (-3,4%) e Santa Catarina (-2,0%). Em contrapartida, Minas Gerais (2,0%), Rio de Janeiro (0,8%) e Mato Grosso (6,6%) registraram os principais avanços em termos regionais.
Novo indicador
O IBGE está divulgando pela primeira vez o indicador especial de transportes por tipo de uso (cargas ou passageiros). Os números indicam que o setor ainda opera 28,9% abaixo de seu ponto mais alto, ocorrido em fevereiro de 2014, embora, na comparação com janeiro de 2022, na série com ajuste sazonal o transporte de passageiros cresceu 1,1% com ganho acumulado de 20,6% entre novembro de 2021 e fevereiro de 2022.
O transporte de cargas avançou 2,5% em fevereiro, com ganho acumulado de 10,2%. A alta deve-se, principalmente, ao escoamento de produtos agrícolas e do deslocamento de insumos e de bens industriais pelos diversos modais de carga: rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo.
Veja aqui os resultados da PMS – Pesquisa Mensal de Serviços de fevereiro de 2022.
Redação ICL Economia
Com informações das agências