Petroleiros anunciaram paralisação da categoria na próxima sexta-feira (24) e aprovaram um calendário para avaliar estado de greve. As reivindicações são para que o governo federal atue com mais força no sentido contrário às privatizações. De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), após três meses de governo Lula, a Petrobras ainda sofre com o “aparelhamento” deixado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A diretoria e o Conselho de Administração da empresa ainda seguem ocupados por indicados de Bolsonaro. Eles correm contra o tempo para concluir as vendas de ativos, enquanto boicotam as propostas de reconstrução da estatal”, afirma a entidade. No início deste mês, o governo federal enviou um ofício aos gestores da empresa pedindo a suspensão das privatizações. Contudo, bolsonaristas inseridos no comando da estatal parecem ignorar a orientação.
A empresa pública segue com os trâmites para a venda da Lubnor, no Ceará, além de polos de produção no Rio Grande do Norte e no Espírito Santo. “A Petrobras vai na contramão da orientação dada pelo governo Lula, via Ministério das Minas e Energia, para que interrompa as privatizações”, critica a FUP.
Petroleiros estão mobilizados
Então, para frear as investidas do ex-presidente, que ainda reverberam na entidade, e impedir a dilapidação do patrimônio público, os petroleiros estão mobilizados. “Na sexta, dia 24, trabalhadoras e trabalhadores petroleiros de todo o Brasil irão cruzar os braços em uma grande paralisação nacional, exigindo a suspensão das privatizações e a saída da gestão bolsonarista. Tá na hora da turma do Jair já ir embora.”
Na sexta, sindicatos de petroleiros iniciarão assembleias para avaliar a aprovação de estado de greve contra novas privatizações de ativos. “É inadmissível que os bolsonaristas sigam entranhados na gestão da empresa, inviabilizando e boicotando o programa de governo que foi aprovado nas urnas. E, enquanto isso, continuem sendo ‘premiados’ por ‘facilitar’ a privataria e, assim, baterem as metas que lhes garantem polpudos e imorais superbônus.”
Ao reafirmar que “está na hora da gestão do Jair já ir embora”, o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, argumenta que a “desbolsonarização” da companhia tem que avançar rapidamente. “Essa gestão, na última sexta-feira, manteve as privatizações apesar de ofício enviado pelo Lula solicitando a suspensão da venda de ativos. Por conta disso, a FUP e seus sindicatos comunicam uma paralisação nacional. Contra as privatizações e para que alcancemos a mudança na gestão da Petrobras. Para que o governo Lula, enfim, controle a Petrobras a partir do dia 27 de abril deste ano”, afirma.