Auditoria Cidadã classifica política monetária do Banco Central como suicida

Economista Maria Lucia Fattorelli afirma que Banco Central pede paciência para fugir de suas responsabilidades pelo exagero na alta da Selic. Ao combinar taxa de juro exorbitante com escassez de dinheiro em circulação promove a quebra de empresas
30 de março de 2023

A ata da reunião do Copom, divulgada na quarta (28) pelo Banco Central, pede “serenidade e paciência”. Na avaliação da economista da Auditoria Cidadã, Maria Lucia Fattorelli, “ao combinar taxa de juro exorbitante com escassez de dinheiro em circulação, há uma política monetária suicida do Banco Central que pede paciência”. A afirmação foi feita  por Fattorelli durante participação no ICL Notícias.

Segundo a economista, o orçamento federal executado do Brasil, em 2022, foi de R$ 4,06 trilhões. Desse total, R$ 1,89 trilhão (46,30% de tudo) foi destinado ao pagamento de dívidas. “A cifra gigante de R$ 2 trilhões de juros é paga pelo Tesouro Nacional ao Banco Central que, por sua vez, remunera os bancos que só emprestam a taxa de  juros exorbitantes”, diz. A taxa de juros cobrada pelos bancos de pessoas físicas subiu para 58,3%, em uma demonstração do impacto da Selic sobre o mercado de crédito bancário.

O documento divulgado pelo Banco Central, referente à reunião do Copom, realizada na semana passada, afirma que a inflação brasileira está desacelerando, mas ressaltou a continuidade de incertezas em relação à economia, como o aumento de gastos públicos e a alta da dívida pública. A ata, no entanto, declara que as novas regras fiscais que substituirão o teto de gastos poderão trazer alívio nas expectativas de inflação, desde que tenha “parâmetros críveis”.

Fattorelli diz que o Banco Central  pede paciência para fugir de suas responsabilidades pelo exagero na alta da Selic, levando pessoas ao desespero, empresas à falência, devido ao aumento de juros da dívida pública.

A economista ainda diz que o Banco Central mente ao dizer que há inflação de demanda excessiva diante de um cenário em que muitas empresas estão quebrando, grande ou pequenas. “Muitas estão passando por restruturação financeira, reduzindo os negócios”, afirmou a economista.

“Taxa de juro alta não tem cabimento e o Banco Central impõe sua pauta”, critica Maria Lucia Fattorelli

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Crédito: divulgação / Senado Federal

Em relação à exigência de novas regras fiscais, mencionada na ata da reunião do Copom, Fattorelli afirma que o ‘arcabouço fiscal’ que precisamos é limite de juros e acabar com bolsa banqueiro.

“Pela primeira vez, temos um presidente da República que afirma que essa taxa de juro alta não tem cabimento e o Banco Central impõe sua pauta”, critica Fattorelli.

A mesma crítica foi feita pelo e economista e fundador do portal ICL, Eduardo Moreira, ao afirmar que Lula é o chefe do executivo que fala uma coisa e os comandados fazem o oposto. Mencionou, como exemplo, o ministro de Minas e Energia ao anunciar que não existe a menor possibilidade da privatização ser revista, sendo que Lula pede a revisão.

Também em relação à Petrobras, Lula se posiciona contra os altos dividendos, mas os conselheiros, até o momento, não demonstraram iniciativa de mudar essa política.

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Fonte: Auditoria Cidadã da Dívida


Redação ICL Economia
Com informações do ICL Notícias

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