Investidores não temem vitória de Lula e apontam riscos no Brasil de Bolsonaro

"Os juros baixos eram uma das poucas vantagens de Bolsonaro na economia", avalia o empresariado, que agora vê a Selic em 11,75%
18 de abril de 2022

O mercado financeiro internacional não vê nenhum risco para os investidores na hipótese de vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais de 2022. A declaração foi dada pelo analista de risco político Erich Decat, da empresa DKPG, em entrevista às jornalistas Jenne Andrade e Valéria Bretas, do Estado de S. Paulo.

“Há casas de análise que colocam Lula como vencedor. Isso quer dizer que eles estão precificando a vitória do petista. Logo, o Lula não assusta. E, se Lula não assusta, já está entrando no preço. Tem um ponto importante: não houve ruptura de contrato durante a gestão do Lula. É isso que o investidor tem acompanhado”, disse ele.

Decat afirmou que o risco maior reside na vitória de Jair Bolsonaro. “Há uma grande dúvida sobre o que seria o Bolsonaro 2. Bolsonaro venceu com o Paulo Guedes debaixo do braço dele. Por isso, voltam as dúvidas: qual será a agenda econômica em um segundo mandato? O Paulo Guedes terá qual papel? Isso não está claro”, afirmou.

Empresários estão insatisfeitos com governo Bolsonaro

A declaração do analista Erich Decat vai ao encontro da recente reportagem do jornal Folha de S.Paulo que trouxe dados mostrando que os empresários estão insatisfeitos e reclamam nos bastidores da alta dos juros. Eles dizem que a alta do índice reduziu o retorno financeiro dos grupos, comprometendo planos futuros de expansão.

“Em conversas privadas, grandes empresários avaliam que os juros baixos eram uma das poucas vantagens de Bolsonaro na economia diante da implosão da agenda liberal, que prometia um Estado menor e menos intervenção na atividade econômica”, diz a reportagem

No primeiro ano do governo Bolsonaro, 2019, a Selic, taxa básica de juros, estava em 6,50%. Em 2020, com a pandemia, caiu para 2%, partindo de uma tentativa do Banco Central de estimular a economia.

Brasil 247

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