A quarta-feira (12) começou e terminou com o mercado demonstrando otimismo e índices positivos. O dólar comercial fechou em queda significativa pelo segundo dia seguido, de 1,32%, ficando abaixo de R$ 5 pela primeira vez desde junho de 2022, chegando a R$ 4,942. Por outro lado, o principal índice da Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa, encerrou com alta de 0,64%.
Ontem o mercado financeiro já havia tido “um dia de euforia”, quando a moeda norte-americana caiu para R$ 5, fechando no menor valor em 10 meses. Também na terça-feira (11), a bolsa de subiu mais de 4%, melhor fechamento desde outubro, com o mercado animado pela desaceleração do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
Os dados do IPCA impulsionaram um movimento de otimismo, que já era visível. Pela primeira vez em dois anos a inflação acumulada em 12 meses ficou abaixo de 5%, em 4,65%, abaixo do esperado pelo mercado.
O novo arcabouço fiscal, apresentado pelo governo na semana passada, animou os investidores, como tem divulgado a “insuspeita” imprensa comercial, o que aponta para diminuição dos riscos de a dívida pública sair de controle.
Campos Neto e Luiz Marinho divergem sobre juros
Em reunião com investidores em Washington (EUA), segundo O Estado de S. Paulo, “o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reconheceu que desde fevereiro o mercado de juros futuros voltou a precificar cortes da taxa Selic”. Essa avaliação consta de apresentação feita pelo presidente do BC na reunião, que foi promovida pela XP Investimentos.
Mas, na apresentação, não mencionou o resultado do IPCA de março. Sobre o resultado até fevereiro, Campos Neto disse que a inflação vem caindo, mas que as pressões permanecem e que o componente de demanda é “relativamente forte”. Os membros do governo dizem o oposto.
Nesta quarta, em audiência na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados, o ministro Luiz Marinho defendeu medidas que façam a economia “entrar em fase de crescimento” e criticou os juros brasileiros em “patamar inaceitável”. Na opinião de Marinho, “a redução de juros poderá provocar a geração de empregos em massa no Brasil”.