A economia mundial continuará sendo afetada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia e, agora, pelo lockdown na China. A Europa e os países da Ásia emergentes serão bastante prejudicados. A projeção de crescimento econômico para os países desenvolvidos é de 3,3%, em 2022, e de 2,4%, em 2023. O Brasil tem uma das piores projeções entre todos os países, perdendo somente para a Rússia, alvo direto das sanções econômicas, com previsão de uma forte queda econômica nos próximos dois anos, de 8,5% e 2,3% respectivamente. As estimativas têm como base o relatório divulgado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) este mês.
Segundo os economistas do ICL, André Compedelli e Deborah Magagna, o Brasil teve uma projeção de 0,8% de crescimento econômico para 2022 e de 1,4% para o próximo ano, enquanto países semelhantes, como o México, apresentou uma projeção de 2% para 2022 e de 2,5% para 2023. A África do Sul teve estimativa de 1,9% para 2022 e de 1,4% para 2023.
O FMI, em seu relatório de abril, relativo às projeções para o crescimento econômico mundial, reduziu sua previsão de crescimento principalmente para a zona do Euro e para a China nos anos de 2022 e 2023.
A retração econômica é decorrência do conflito entre Rússia e Ucrânia, que deve impactar fortemente a produção dos países europeus devido ao choque do preço das commodities energéticas e também pelo lockdown vivido pela China, com nova onda de Covid-19.
Diante deste cenário, a projeção do FMI para o mundo, em 2022, ficou em 3,6%, enquanto que para os Estados Unidos a projeção foi de 5,7%. A previsão de crescimento para a zona do Euro é de 2,8%. Já para a Ásia Emergente, que engloba a China, de 5,4%.
Em relação aos países em desenvolvimento, não houve grandes alterações. Os países do Oriente Médio e Ásia Central tiveram uma projeção de crescimento econômico em 4,6% para 2022 e de 3,7% para 2023.
Na América Latina e no Caribe, a expectativa ficou em 2,5% em 2022 e para 2023. Para os países da África Subsaariana, a projeção foi de um crescimento de 3,8% para este ano e de 4% para o próximo ano.
Esse bloco de países deve sofrer menos com os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia, conseguindo inclusive servir de alternativa para algumas commodities produzidas pelos dois países no conflito. Porém, caso a situação chinesa se mantenha por mais tempo, estes países devem sentir mais os efeitos nos próximos relatórios.
Com isto, os países em desenvolvimento devem apresentar crescimento mais vigoroso nos próximos dois anos em comparação aos países desenvolvidos, mesmo com a projeção menor para a China.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre