Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o governo pode anunciar hoje (25), Dia da Indústria, medidas para baratear os preços do carro popular. O ministro não quis antecipar quais ações podem ser anunciadas. Anteriormente, já havia dito que “várias possibilidades” para tentar baratear o carro popular estavam em estudo. Para o governo, a oferta de carros mais baratos ajudaria o setor a ter escala para produzir mais, o que evitaria demissões.
As declarações foram dadas após reunião do ministro com o presidente Lula e com o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio e Serviços e está coordenando esse pacote de medidas. Alckmin já sinalizou que o pacote também deve incluir medidas de apoio à indústria de caminhões.
Indústria defende saque do FGTS para compra de carro popular
Atualmente, os carros zero mais baratos do país têm preço de partida por volta de R$ 68 mil. A intenção de baratear os veículos foi manifestada publicamente pelo presidente Lula durante discurso no dia 4 de maio. Na ocasião, ele disse que carro de “R$ 90 mil não é popular”.
O caminho defendido pela indústria é a possibilidade de os trabalhadores poderem sacar uma parte do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) – 10% ou 15%, por exemplo. E usar esse valor para trocar o carro usado por um novo.
Isso poderia ser feito via medida provisória, caso haja consenso dentro do governo. O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, porém, já disse ser “radicalmente contra” o uso do FGTS para esse objetivo.
Também foi discutida com representantes da indústria automotiva, nas últimas semanas, uma eventual redução de tributos. Entre eles, o Imposto sobre Produto Industrializado (IPI), um tributo federal que já é reduzido para carro popular. Para ser efetiva uma queda de impostos, as medidas precisariam envolver impostos recolhidos pelos estados, como o ICMS.
A alíquota de ICMS, porém, também já é reduzida para carros de passeio e qualquer queda de arrecadação precisaria ser compensada pela União, dizem fontes ligadas aos governadores. Isso passaria, portanto, por uma negociação com as secretarias estaduais de Fazenda. Representantes da indústria automobilística afirmam que o setor automobilístico está claramente sofrendo com os juros altos.
Redação ICL Economia
Com informações do G1