Integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) têm reclamado da falta de informações sobre o volume de recursos para a nova edição do Plano Safra, diante das altas taxas de juros, e mostram preocupação com o prazo exíguo para os repasses. A expectativa é de que o plano seja anunciado até junho. O ministro da Agricultura pediu aumento do verba ao Ministério da Fazenda. Em 2023, a soja e milho deve ter colheita recorde.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), se reuniu na quarta-feira (24), com o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e disse ter levado à equipe econômica uma proposta para aumentar a verba destinada ao Plano Safra.
Em 2014, na gestão Dilma Roussef, o Plano Safra foi de R$ 11,6 bilhões. Na gestão Bolsonaro, o plano Safra 2022 e 2023 ficou em R$ 3,8 bilhões
O pedido do ministro da agricultura é pela equivalência da verba de 2014, quando houve uma espécie de subsídio dado aos produtores rurais. Naquele ano da gestão de Dilma Rousseff, as equalizações de juros, em valores nominais, ficaram em R$ 11,6 bilhões. Já no Plano Safra 2022 e 2023, a verba ficou em R$ 3,8 bilhões. Isso quer dizer que Bolsonaro, que se diz tão defensor do agro, investiu muito menos do que Dilma no Plano Safra.
Fávaro disse, ainda, que o governo busca mecanismos para permitir que o mercado financie a agropecuária, sem a participação do Tesouro Nacional. Além disso, destacou que a liberação de uma linha de crédito rural em dólar, feita pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), é uma “política inédita”.
Representantes do agro indicam, porém, preocupação com os recursos necessários para cobrir os juros e a liberação da verba a tempo de fazer o planejamento da safra.
Segundo a reportagem publicada pelo jornal O Estado de S Paulo, há uma disputa, nos bastidores, entre a Agricultura e o Ministério do Desenvolvimento Agrário, comandado por Paulo Teixeira (PT), pela divisão dos valores entre pequenos, médios e grandes produtores rurais. Em funcionamento na Câmara, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) também virou outro problema para o governo porque tem servido de palco para o confronto entre a bancada ruralista e o PT.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e do jornal O Estado de S Paulo