Montadoras aceleram produção e já anunciam redução nos preços dos veículos de acordo com programa anunciado pelo governo

Dados da Anfavea mostram que produção de carros de passeio teve alta de 27,3% desde que governo começou a divulgar a medida, em maio. Previsão da entidade é de que estoque de automóveis que se enquadram nas regras do programa acabe em um mês, ou seja, bem antes dos 120 dias previstos
7 de junho de 2023

Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar a MP (medida provisória 1175/23) que promove desconto na compra de carro popular, além de ônibus e caminhões com mais de 20 anos de uso, as montadoras já começaram a reduzir os preços dos veículos e elaborar estratégias de marketing para ampliar as vendas. O programa do governo Lula, anunciado na segunda-feira (5), prevê desconto de R$ 2 mil a R$ 8 mil no preço final dos veículos que custem até R$ 120 mil.

Reportagem do jornal Folha de S.Paulo levantou os preços de algumas das principais montadoras em atuação no país. A Renault, por exemplo, baixou em R$ 10 mil o preço do Kwid Zen, que passa a custar R$ 58.990, sem alteração do pacote de equipamentos, ou seja, a versão tem ar-condicionado, direção com assistência elétrica, quatro airbags e sistema de som, entre outros itens.

A Fiat reduziu o preço do Fiat Mobi Like de R$ 68.990 para R$ 58.990. Já o Argo passou de R$ 79.790 para R$ 69.990, enquanto o SUV Pulse é oferecido por R$ 89.990 (R$ 11 mil a menos).

A maior promoção da Fiat, no entanto, será o sedã Cronos 1.0, que é fabricado na Argentina. O preço do automóvel caiu de R$ 84.790 para R$ 71.990.

A Peugeot também baixou o valor do 208 Like, também produzido na Argentina, para R$ 62.990 (redução de R$ 7.000). Países do Mercosul estão contemplados no pacote anunciado pelo governo brasileiro.

A Citroën também reduziu em R$ 10 mil o preço do C3 Live, que passa a valer R$ 62.990. Por sua vez, a Volkswagen baixou de R$ 82.290 para R$ 74.990 o preço do Polo Track; e para R$ 98.890 (baixa de R$ 5.500) o valor do sedã Virtus 1.0 turbo flex com câmbio manual.

Ao todo, o programa inclui uma reserva de R$ 1,5 bilhão, com descontos dados diretamente ao consumidor no momento em que comprarem os veículos nas concessionárias, sendo R$ 500 milhões para automóveis, R$ 700 milhões para caminhões e R$ 300 milhões para vans e ônibus. Ao atingir esse montante, o programa será encerrado.

Com o pacote, que atenderá apenas pessoas físicas em um primeiro momento, o governo pretende agir em duas frentes: manter o funcionamento da cadeia automotiva, que gera 1,2 milhão de empregos diretos e indiretos, responde por 20% do PIB (Produto Interno Bruto) da indústria de transformação e está com 50% de sua capacidade instalada ociosa, e, ao mesmo tempo, contribuir para colocar em circulação carros, ônibus e caminhões menos poluentes.

Montadoras aceleram produção de veículos após confirmação do pacote de incentivos do governo Lula

Ainda ontem, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) divulgou números do setor. Os dados mostram que a comercialização de carros de passeio caiu 8,6% em maio, enquanto a fabricação desses modelos teve alta de 27,3% no mesmo intervalo.

Maio terminou com 175 mil automóveis produzidos. Ao se somar comerciais leves, ônibus e caminhões, o número sobe para 227,9 mil unidades. No total, a alta é de 27,4%.

No acumulado do ano, a fabricação de veículos leves e pesados teve alta de 6,2% na comparação com o mesmo período de 2022.

Com o aumento da produção, o estoque passou de 206,1 mil unidades em abril para 251,7 mil em maio, número suficiente para atender a 43 dias de entrada.

Do total produzido, 115 mil automóveis se enquadram nas medidas do governo. “Provavelmente, esses modelos terão um destino mais rápido”, disse Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

O programa do governo tem previsão de durar 120 dias, mas ele acredita que o volume de automóveis que se enquadram nas regras do programas devem acabar em um mês.

A aceleração na produção começou nas primeiras semanas do mês passado, quando o governo confirmou às montadoras o anúncio do pacote de incentivos, que já começa, ao que parece, a surtir os efeitos desejados pelo governo.

A Volkswagen, por exemplo, anunciou na semana passada que desistiu de suspender os contratos de trabalho de cerca de 800 funcionários da fábrica de Taubaté (SP). “O motivo (da desistência) são as novas perspectivas para a demanda de vendas no setor automobilístico”, informou a empresa em nota oficial.

Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo

 

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.