O programa para fomentar a venda de carro popular no Brasil deve acabar mais cedo que o previsto. Quando anunciado o pacote para a venda de automóveis com descontos, cujo objetivo principal é evitar demissões no setor automotivo, a expectativa inicial era que o programa durasse ao menos quatro meses. Mas, ontem (13), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou a estimativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) de que o programa de descontos pode durar apenas um mês devido à grande procura e consequente redução mais rápida dos estoques das montadoras.
“Então veja, reduzimos um pouco o preço do carro. Você viu, eu estava vendo uma notícia hoje que já vai durar um mês e vai acabar o programa”, declarou o presidente.
A declaração de Lula foi dada durante a primeira transmissão do programa Conversa com o Presidente. Na primeira edição do programa, transmitida ontem pelas redes sociais do presidente e do governo, Lula também anunciou que vai lançar “um grande programa com obras de infraestrutura” em 2 de julho, e que também pode ampliar o Minha Casa Minha Vida, iniciativa voltada à habitação, para faixas de renda mais elevada da população.
Na live, Lula comentou a estimativa divulgada pela entidade na semana passada, de que cerca de 100 mil a 110 mil automóveis e comerciais leves deverão usufruir dos descontos, antes do esgotamento dos créditos tributários disponibilizados pelo Ministério da Fazenda.
“Desde o anúncio do pacote do governo e com o início dos descontos, o incremento nas vendas foi surpreendente. O destaque foi o fim de semana, que teria um movimento fraco, por ser de feriado prolongado; porém, as vendas foram 60% maiores que as de um fim de semana normal”, conta Marcos Leite, diretor de vendas da rede de concessionárias Amazon Fuji, da Volkswagen, que tem cinco lojas na cidade de São Paulo, à reportagem do R7.
Prazo para montadoras informarem se participarão de programa de venda de carro popular terminou na segunda-feira (12)
O pacote de ajuda ao setor automotivo lançado pelo governo na semana passada prevê descontos que podem variar de R$ 2 mil a R$ 8 mil na compra de automóveis com preços mais populares (até R$ 120 mil). Alguns descontos já anunciados pelas montadoras podem ultrapassar os R$ 10 mil.
O governo já disponibilizou créditos tributários da ordem de R$ 1,5 bilhão às empresas. Desses, cerca de R$ 500 milhões são para automóveis populares. Assim que esses recursos acabarem, os descontos não poderão mais ser dados pelas montadoras.
Na segunda-feira passada (12), terminou o prazo para as montadoras informarem se participarão do programa de venda de carro popular com desconto e, caso participem, quais modelos ficarão mais baratos.
O MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) disse que a lista de empresas que participarão do programa, e os modelos disponíveis com descontos, deve ser publicada em sua página na internet até esta quarta-feira (14).
Levantamento feito pelo site G1 mostra que, em sites de montadoras que atuam no país, mais de 30 carros vendidos no Brasil têm preços até R$ 120 mil, ou seja, estão aptos a participar do programa do governo. Segundo o site, ao menos 10 companhias vendem carros dentro desse preço.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, do G1 e do R7