Em agosto, completa-se um ano que a taxa de juros Selic está em 13,75%, em um movimento de alta do Banco Central iniciado para frear os efeitos inflacionários decorrentes da pandemia de Covid-19, guerra na Ucrânia e o impacto no preço da energia e commodities. Do ponto de vista político, está cada vez mais reduzido o espaço do Copom (Comitê de Política Monetária) de adiar o início dos cortes para a reunião de setembro.
Em agosto, será a primeira reunião com a presença dos novos diretores indicados pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foram aprovados pelo Senado esta semana: o ex-número 2 da Fazenda, Gabriel Galípolo (diretoria de Política Monetária), e o servidor de carreira do BC Aílton Aquino (Diretoria de Fiscalização).
Os decretos com as nomeações dos dois foram publicados no Diário Oficial da União, nesta sexta-feira (7). Eles permanecerão nos cargos até 28 de fevereiro de 2027.
Gabriel Galípolo disse que a taxa de juros mais baixa tende a estimular “o retorno dos investimentos
Durante a sabatina no Senado Federal, na quarta-feira (5), Gabriel Galípolo disse que a taxa básica mais baixa tende a estimular “o retorno dos investimentos e de crescimento mais sustentável pelos próximos anos”.
Muitos fatores têm derrubado os juros futuros, ampliando a aposta do mercado para que o início do ciclo de cortes da Selic ocorra na reunião do início de agosto do Copom, abrindo caminho para o Brasil voltar a ter juros de um dígito já no próximo ano, em 2024.
Também a previsão de os juros de 2024 ficarem abaixo dos 10% apareceu pela primeira vez no Boletim Focus (pesquisa semanal feita pelo BC com agentes do mercado) em 16 de junho, a 9,5%.
O mercado foi embalado pela melhora dos indicadores na última semana com a ata do Copom indicando redução dos juros em agosto, avanços na regra de gastos, a possibilidade de aprovação da reforma tributária e do PL do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), resultados de inflação e a manutenção das metas de inflação para os próximos anos em 3%.
Segundo relatórios divulgados por economistas e analistas de mercado, os juros futuros só chegam perto de romper a barreira dos 10% em janeiro de 2026.
Apesar do aumento do consenso de que o BC vai cortar os juros na reunião de agosto, o ritmo dos cortes ainda é a principal dúvida do mercado.
Segundo a reportagem publicada no UOL, algumas instituições projetam de dois cortes de 0,25 seguidos de dois de 0,50, o que levaria a Selic a 12,25% em dezembro. Outras apostam em início de cortes de 0,50, e, em função disso, o último Focus já projeta juros de 12% no final do ano (em caso de quatro cortes de 0,50, os juros terminariam 2023 a 11,75%).
Redação ICL Economia
Com informações do UOL e das agências de notícias