A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), expressou preocupação em relação à taxa básica de juros (Selic) do Brasil, que se encontra em 13,75% ao ano, patamar real mais alto do mundo. Segundo Tebet, o Brasil “vai precisar de um Desenrola por ano” caso a taxa Selic permaneça em níveis elevados.
“Não adianta fazer o Desenrola para aliviarmos a vida das pessoas e apresentar um programa eficiente sob todos os aspectos se temos juros de 13,75%. O Brasil não comporta um Desenrola todos os anos”, disse Tebet nesta sexta-feira (14).
A atual política de juros do Banco Central vem sendo criticada duramente pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e por setores do empresariado, além de parte do mercado financeiro.
A próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central, responsável por definir a taxa de juros, está agendada para os dias 1 e 2 de agosto. Há um consenso no mercado de que a Selic será reduzida, mas ainda não se sabe se a redução será de 0,25 ou 0,5 ponto percentual.
Em entrevista à Rede TV! ontem (13), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse haver espaço para um corte maior do que 0,25 ponto percentual. “É a expectativa de todo mundo a essa altura, 100% dos analistas esperam corte… Agora o problema não é mais quando, mas quanto”, disse o ministro.
Desenrola entra em vigor na segunda-feira (17). Bancos terão prazo até 28 de julho para limpar o nome de devedores
As duas primeiras fases do Desenrola Brasil, programa do governo federal para ajudar endividados negativados a acertarem as suas dívidas, passa a valer a partir da próxima segunda-feira (17). Uma portaria do Ministério da Fazenda foi publicada hoje (14) com as regras da iniciativa.
Nessa primeira etapa, o programa dará prioridade a dívidas bancárias, como as do cartão de crédito. Devedores com renda de até R$ 20 mil poderão procurar diretamente as instituições financeiras para renegociar débitos. É a chamada Faixa 2 do programa.
Também serão contempladas nessa etapa que se inicia na segunda-feira as cerca de 1,5 milhão de pessoas com dívidas bancárias de até R$ 100, que devem ser perdoadas pelas instituições financeiras e os nomes delas, extintos do cadastro de crédito negativado, conforme acerto com o governo federal. Com isso, caem restrições e a pessoa pode, por exemplo, voltar a pegar crédito na praça ou fazer contrato de aluguel, se não tiver outras restrições.
Mas o nome do devedor não sairá da lista negativada imediatamente. Os bancos terão até 28 de julho para retirar o débito da lista de inadimplentes, segundo o Ministério da Fazenda.
Além disso, continuará com o nome sujo quem tiver dívidas de outras origens que não seja bancária, como débitos de água e luz, por exemplo. Outro aspecto é que a retirada do nome da lista de negativados não significa que a pessoa terá perdão da dívida.
Se o cliente não pagar no prazo que for negociado com o banco, o nome voltará à lista de inadimplentes.
Não há limite de quantia a ser negociada, nem teto máximo de taxa de juros. Cada banco estipulará a sua regra e fará a negociação através de seus canais.
O governo anunciou que a terceira fase do programa, que incluíra pessoas com dívidas de até R$ 5 mil e renda de até dois salários mínimos, incluindo aquelas com concessionárias prestadoras de serviços de água, luz e telefone, começará em setembro.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e da Folha de S.Paulo