Em extrema pobreza, 333 milhões de crianças no mundo vivem privadas das necessidades básicas, segundo relatório divulgado na quarta-feira (13) pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Banco Mundial. Atualmente, quase uma a cada seis crianças vive com menos de US$ 2,15 (R$ 10,60) por dia, de acordo com o relatório.
A reportagem publicada no jornal Folha de S Paulo informa que as crises agravadas pelos efeitos da Covid-19, os conflitos, a mudança climática e os impactos econômicos estagnaram progressos e deixaram milhões de crianças na pobreza extrema. As conclusões do estudo representam um obstáculo para o objetivo da ONU de erradicar a pobreza infantil extrema até 2030.
O documento indica que 40% das crianças da África subsaariana continuam vivendo na pobreza extrema, o maior índice no planeta. Na América Latina e no Caribe, o percentual é de 5,9% —em 2020, era de 6,7%. O número mais baixo registrado, de 0,4%, é o da Europa e da Ásia Central.
No Brasil, seis entre dez crianças e adolescentes conviviam em 2019 com um ou mais aspectos da pobreza, que são trabalho infantil e privações de acesso a moradia digna, água, saneamento, informação, renda, alimentação e educação, segundo estudo divulgado em fevereiro pelo Unicef, informa a Folha de S Paulo.
Isso permite ao organismo da ONU afirmar que, ainda antes da pandemia, ao menos 32 milhões de brasileiros de até 17 anos, correspondente a 63% dessa população, viviam na pobreza, quando consideradas as múltiplas dimensões acima mencionadas.
Outro estudo, desenvolvido por pesquisadores da PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul), mostra que a taxa de crianças de até 6 anos, que viviam em domicílios abaixo da linha de pobreza no Brasil, chegou a 44,7% no país em 2021, alta de 8,6 pontos percentuais ante 2020. São 2,2 milhões de crianças na faixa até 6 anos vivendo em situação de extrema pobreza.
Além da extrema pobreza, América Latina e Caribe enfrentam uma das maiores e mais complexas crises de migração infantil
No início do mês, outro relatório do Unicef alertou que a América Latina e o Caribe estão enfrentando uma das maiores e mais complexas crises de migração infantil do mundo, com quantidades recordes de crianças cruzando seus principais pontos de trânsito.
Cerca de 25% dos migrantes na região são menores de idade, em comparação com 15% globalmente, de acordo com o estudo da agência. A pobreza, as consequências socioeconômicas da pandemia de Covid-19, a violência de quadrilhas armadas, os impactos de desastres naturais, exacerbados pelas mudanças climáticas, e o desejo de se reunir com suas famílias explicam esse êxodo, segundo dados do relatório, mencionados da reportagem da Folha de S Paulo.
Redação ICL Economia
Com informações do jornal Folha de S Paulo