Pesquisa Datafolha divulgada neste fim de semana mostra que 35% dos brasileiros estão vendo a economia brasileira com mais otimismo. Esse percentual corresponde a uma alta na percepção do povo brasileiro em relação ao início do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No levantamento realizado em dezembro de 2022, 26% dos brasileiros relatavam melhora na economia. Em março, o montante havia caído para 23%.
Nos dias 12 e 13 de setembro, o Datafolha ouviu 2.016 pessoas em 139 cidades, chegando ao percentual de 35% ou 12 pontos percentuais a mais em relação à pesquisa anterior.
Os bons números da economia brasileira, fruto principalmente do trabalho que vem sendo desenvolvido pela equipe econômica de Lula, tem contribuído para melhorar a percepção do brasileiro sobre o país e a própria vida.
No mês passado, pesquisa da Genial/Quaest mostrava que o presidente Lula era aprovado por 60% do eleitorado, um crescimento de quatro pontos percentuais. A desaprovação, por outro lado, recuou de 40% para 35% no mesmo período. E muito dessa melhora se deve aos bons números da economia brasileira.
Coincidência ou não, a pesquisa Genial/Quaest mostrava que 34% dos entrevistados avaliavam que a economia brasileira melhorou nos últimos 12 meses. O mesmo grupo somou 32% em junho e 23% em abril.
A percepção dos brasileiros converge com os prognósticos do próprio mercado financeiro. Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (18), aponta que analistas das mais de cem instituições consultadas para a publicação projetam uma inflação menor para 2023 e 2024, ao mesmo tempo em que elevam as projeções de crescimento da economia brasileira.
Para 2023, os analistas consultados reduziram de 4,93% para 4,86% a estimativa de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo). Já para o ano que vem, o mercado financeiro baixou de 3,89% para 3,86% a projeção para o indicador.
Em relação ao PIB (Produto Interno Bruto) de 2023, o mercado financeiro elevou a previsão de crescimento de 2,64% para 2,89%, em comparação com a edição anterior do relatório.
Já para 2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro subiu de 1,47% para 1,50%.
Segundo Datafolha, percentual de pessoas que sentem melhora em sua vida econômica também subiu nos últimos meses
O Datafolha registrou também reversão e aumento expressivo no percentual de pessoas que relatam melhora na sua vida econômica nos últimos meses.
Desde outubro do ano passado, ou seja, na época do período eleitoral, 34% das pessoas disseram sentir que suas condições pessoais haviam melhorado. O percentual, então, caiu para 31% em dezembro, 23% em março, voltando a subir em setembro para 30%.
Na avaliação de economistas consultados pela Folha de S.Paulo, pesaram na percepção da melhora na vida econômica dos brasileiros medidas do governo, como a ampliação dos programas de distribuição de renda, com destaque para o Bolsa Família, e nas condições de crédito, com apoio de projetos como o Desenrola Brasil, iniciativa voltada à desnegativação de brasileiros. Nos primeiros cinco dias, o programa limpou o nome de mais de 2 milhões de consumidores.
Os bons números da inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) também contribuíram para aliviar o bolso das pessoas, principalmente devido à deflação dos preços da alimentação no domicílio, que é o que mais pesa no bolso do brasileiro de mais baixa renda.
Esse item acumula queda (deflação) de 0,62% nos 12 meses até agosto. Foi a primeira vez que esse subgrupo do IPCA caiu nesse período de 12 meses, desde maio de 2018.
Outro indicativo é a melhora do mercado de trabalho. No trimestre móvel encerrado em julho, a taxa de desemprego ficou em 7,9%, a menor para o período desde 2014. No trimestre anterior, havia ficado em 8%.
Apesar desse melhora na percepção, a pesquisa Datafolha identificou estabilidade nas expectativas em relação a esses indicadores, e projeções menos otimistas para os próximos meses.
Para inflação, o cenário estagnou. A parcela de pessoas que espera aumento no custo de vida foi de 54% em março e também em setembro. Enquanto isso, as duas pesquisas apontam que 24% das pessoas acredita que inflação fica igual.
Por sua vez, a parcela que projeta queda no indicador também está praticamente igual — 20% em março e 19% na pesquisa mais recente.
Em relação ao poder de compra, no levantamento de março, 33% dizem que vai aumentar, 31%, que vai cair, e outros 34%, que vai ficar como está. Os percentuais são praticamente os mesmos identificados na pesquisa de setembro: 32%, 33% e 33%, respectivamente.
Com respeito ao desemprego, subiu de 44%, em março, para 46%, em setembro a parcela daqueles que temem pelo aumento do desemprego.
Entre os que projetam queda, caiu de 29%, em março, para 26%, em setembro, enquanto o número daqueles que não veem mudanças no mercado de trabalho ficou praticamente estável, passando de 26% para 27%.
Redação ICL Economia
Com informações da Folha de S.Paulo