Com escalada da tensão no Oriente Médio no radar, índices futuros operam no negativo nesta manhã

Impacto do conflito já vem sendo sentido no mercado de petróleo e, também, no de ouro. O WTI sobe a mais de US$ 88 por barril e o ouro atinge nova máxima em quatro semanas, a US$ 1.950.
18 de outubro de 2023

Os índices futuros de Nova York começaram esta quarta-feira (18) operando no negativo, com os investidores de olho na escalada do conflito entre Israel e o Hamas, após ataque a um hospital na faixa de Gaza, que deixou mais de 600 mortos. O presidente dos EUA, Joe Biden, chegou a Israel hoje, onde já se encontrou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.

A autoridade palestina, apoiada por lideranças árabes, atribui o ataque a Israel, enquanto o governo de Netanyahu culpa um lançamento fracassado de um foguete por um grupo militante palestino.

Biden precisou alterar o planejamento inicial de seguir para a Jordânia, onde se encontraria com líderes árabes e a autoridade palestina. A intenção era buscar algum tipo de consenso para a crise humanitária que se apresenta na região, mas os países de lá culpam Israel pelo ataque ao hospital em Gaza e cancelaram encontro.

“Este tipo de evento obscuro, mas horrível, torna a diplomacia mais difícil e aumenta os riscos de escalada”, disse Richard Gowan, diretor da ONU (Organização das Nações Unidas) no Grupo Internacional de Crises à Reuters.

O impacto do conflito já vem sendo sentido no mercado de petróleo e, também, no de ouro. O WTI sobe a mais de US$ 88 por barril e o ouro atinge nova máxima em quatro semanas, a US$ 1.950, com os investidores buscando resguardo.

Ainda na seara macroeconômica, após muitos dias de avanços nos rendimentos, os Treasurys amanhecem sem movimentação expressiva. Os rendimentos dos títulos de 2 e 5 anos caem, no início desta manhã, enquanto o Treasury yield de 10 anos permanece na neutralidade.

Do lado corporativo, a semana segue marcada pela divulgação de resultados. Para hoje, serão divulgados os balanços de Tesla, Netflix e Morgan Stanley. Por enquanto, a maioria dos balanços apresentados tem superado as projeções de analistas e segurando o otimismo do mercado.

Porém, os dados apresentados de vendas no varejo e da indústria vieram acima das expectativas e reforçaram o sentimento de que o Fed (Federal Reserve) ainda terá que intervir na política monetária para segurar a inflação.

Brasil

Enquanto as bolsas mundiais fecharam o dia mistas, o Ibovespa encerrou o pregão de terça-feira (17) em queda de 0,54%, aos 115.908 pontos.

Nos mercados mundiais, os investidores reagiram aos dados locais das principais economias da Europa e a indicadores econômicos nos Estados Unidos. Neste último caso, os números recentes de vendas do varejo superaram as expectativas do mercado, o que indica certa resiliência na economia norte-americana.

Com isso, cresceu o temor de um novo aperto monetário por parte do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), com manutenção dos juros em patamares elevados por mais tempo.

Nas negociações do dia, o dólar teve leve baixa de 0,04%, cotado a R$ 5,0353 no mercado à vista.

Europa

As bolsas da Europa começaram em queda, mas reverteram para alta logo depois da divulgação da inflação do Reino Unido e da zona do euro.

A inflação anual do Reino Unido ficou em 6,7% em setembro, mesmo nível verificado em agosto. O resultado veio um pouco acima da previsão de analistas consultados pela FactSet, que esperavam alta de 6,5%.

Na comparação mensal, o CPI do Reino Unido avançou 0,5% em setembro, levemente inferior à projeção do levantamento da FactSet, que indicava elevação de 0,4%.

Por sua vez, a taxa anual de inflação ao consumidor (CPI, pela sigla em inglês) da zona do euro desacelerou para 4,3% em setembro, ante 5,2% em agosto, segundo revisão divulgada, nesta quarta-feira, pela agência de estatísticas da União Europeia, a Eurostat.

Por lá, a temporada de resultados também ganha força, com apresentação de dados de Volvo, ASML e Deutsche Boerse e ABB nesta quarta-feira. O conflito no Oriente Médio também segue no radar dos investidores da região.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,05%
DAX (Alemanha), +0,11%
CAC 40 (França), +0,13%
FTSE MIB (Itália), +0,43%
STOXX 600, +0,02%

Estados Unidos

Os índices futuros de NY operavam em leve queda no início do dia e aprofundam perdas ao longo do manhã, conforme investidores acompanham desdobramentos da guerra entre Israel e o Hamas, a visita de Joe Biden à região e a divulgação de balanços corporativos previstos para hoje.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,05%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,16%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,24%

Ásia-Pacífico

As bolsas asiáticas encerraram o dia mistas em reação à divulgação de dados econômicos da China divulgados hoje. O PIB (Produto Interno Bruto) chinês cresceu 4,9% no terceiro trimestre. De acordo com o consenso Refinitiv, havia expectativa de um crescimento do PIB no terceiro trimestre de 4,5%.

O PIB do país indicou alta do consumo como um todo no período, mostrando coerência com o objetivo de crescimento do país, de 5% no ano.

No entanto, investidores seguem temerosos em relação ao mercado imobiliário do país.

Shanghai SE (China), -0,80%
Nikkei (Japão), +0,01%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0.23%
Kospi (Coreia do Sul), +0,10%
ASX 200 (Austrália), +0,30%

Petróleo

Os preços do petróleo iniciaram o dia com altas, considerando o aumento das tensões no Oriente Médio. Na sessão de ontem, a commodity apresentou volatilidade.

Petróleo WTI, +2,58%, a US$ 88,90 o barril
Petróleo Brent, +2,4%, a US$ 92,05 o barril

Agenda

Para hoje nos Estados Unidos, são aguardados os indicadores do início das construções. A projeção do consenso Refinitiv é de 1,38 milhão.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o governo avalia permitir o parcelamento, em 2023 e 2024, do Imposto de Renda (IR) sobre o estoque de rendimentos dos fundos exclusivos, disse ontem (17) o deputado Pedro Paulo (PSD-RJ). Relator do projeto que antecipa a cobrança de IR sobre esses fundos e institui a tributação de offshores (investimentos em empresas no exterior), o parlamentar reuniu-se com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ontem à tarde. Inicialmente previsto para ser votado até esta quarta-feira (18), o projeto teve a votação adiada. Na agenda doméstica de indicadores, para hoje são aguardados os dados do varejo. No consenso Refinitiv, a projeção é de queda de 0,70%.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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