As ações da Magalu registraram uma forte queda no pregão desta terça-feira (14/11), depois de a companhia informar que identificou lançamentos indevidos de bonificações em exercícios anteriores.
A identificação aconteceu após uma denúncia anônima em março deste ano. A empresa comunicou ao mercado que uma investigação detalhada resultou na revisão das demonstrações financeiras referentes a 2022 e aos dois primeiros trimestres deste ano, segundo reportagem do Valor.
De acordo com a empresa, o impacto total no patrimônio líquido do Magazine Luiza foi de R$ 322 milhões, equivalente a 1% dos ativos, após a consideração de todos os ajustes necessários. A revelação veio à tona após uma auditoria realizada pela PwC, TozziniFreire Advogados e supervisionada pelo Comitê de Auditoria, Riscos e Compliance da companhia (CARC). O diretor financeiro do Magazine Luiza, Roberto Bellissimo, afirmou que a auditoria apontou a “boa fé dos administradores” nos erros de lançamento contábil de bonificações.
A denúncia inicial, feita à EY, a auditoria da empresa, alegava que o Magazine Luiza estava contabilizando parte das bonificações com fornecedores antes da conclusão das campanhas de vendas, condicionadas ao desempenho de vendas ao consumidor final (sell-out). Em resposta a essas alegações, o conselho de administração determinou a implementação imediata de medidas de controle interno. Entre essas medidas estão a revisão das matrizes de risco e o aprimoramento do plano sobre processos de negociação comercial.
Bellissimo explicou que a auditoria indicou a exclusão de R$ 829,5 milhões da linha de patrimônio, os quais só serão reconhecidos novamente caso os requisitos das campanhas sejam cumpridos. Ele destacou que houve um “reconhecimento antecipado” de parte dos créditos, exigindo a reapresentação dos resultados financeiros do ano passado e dos dois primeiros trimestres deste ano. No entanto, o diretor financeiro assegurou que não houve alteração no fluxo de caixa operacional dos resultados anteriores.
Bellissimo afirmou que, após a conclusão da auditoria, a empresa planeja migrar todos os fornecedores para um sistema automatizado que combina os dados dos acordos de bonificação e desempenho de vendas. Ele enfatizou a importância desse sistema automatizado, mencionando que sem ele, “era muito difícil controlar e validar o cumprimento de todas as campanhas, e isso acabou gerando lançamento de bonificações antecipada”.
Depois de queda no pregão pela manhã, ações da Magalu começaram a se recuperar no meio da tarde
Pouco depois da abertura do pregão, pela manhã, os papéis do Magalu desabaram mais de 9% e entraram em leilão.
A recuperação das ações só começou a acontecer no meio da tarde. Às 14h30, os papéis da varejista recuavam pouco mais de 4%, negociados a R$ 1,66.
Às 15h30, a queda nas ações do Magalu era de 1,16%, a R$ 1,71.
Com informações do VAlor, do Brasil 247 e do Metrópole