Índices futuros e maioria das bolsas operam em baixa em dia de mais dados econômicos nos EUA e falas de membros do Fed

No Brasil, os destaques são a volta da B3 nesta quinta, após a pausa de ontem devido ao feriado de Proclamação da República, e a segunda reunião de Lula com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
16 de novembro de 2023

A maioria das bolsas mundiais e os índices futuros estão em movimento de baixa, nesta manhã de quinta-feira (16), revertendo parte dos ganhos da véspera, quando novos dados de inflação, mais baixos que o esperado pelos agentes, reforçaram as esperanças dos investidores de que o Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) tenha encerrado o ciclo de alta nas taxas de juros.

O índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) de outubro caiu 0,5% na quarta-feira, marcando seu maior declínio mensal desde abril de 2020.

Agora, os investidores voltam seus radares para uma série de dados econômicos que serão divulgados hoje, como pedidos de seguro-desemprego, produção industrial e do mercado imobiliário. Também estão previstas para esta quinta-feira falas de membros do Fed, o que pode contribuir para que os agentes calibrem as apostas sobre o futuro da política monetária norte-americana.

No campo político, duas notícias importantes: após a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos ter aprovado, o Senado também deu seu aval, ontem (15), para um pacote de leis a fim de evitar a paralisação do governo (shutdown). “Sem shutdown do governo, sem cortes em programas vitais”, disse o líder da maioria no Senado, o democrata Chuck Schumer. “Este é um grande resultado para o povo americano.”

Outra notícia no âmbito político foi o encontro de ontem entre os presidentes dos EUA, Joe Biden, e da China, Xi Jinping, pela primeira vez em um ano, em São Francisco. Os líderes concordaram em retomar a comunicação militar de alto nível, segundo ambos os países, mas Taiwan continua a ser um ponto de discórdia.

No Brasil, a B3 volta a operar hoje, após a pausa de ontem devido ao feriado da Proclamação da República.

Na seara política, o presidente Lula terá uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Será a segunda reunião de Lula com o presidente da autoridade monetária.

Brasil

O Ibovespa avançou mais de 3 mil pontos na sessão de terça-feira (14), aos 123.165 pontos, no maior nível de fechamento desde 3 de agosto de 2021.

O principal indicador da Bolsa brasileira subiu 2,29%, impulsionado pelo otimismo que tomou conta do mercado externo, depois que a inflação de outubro dos Estados Unidos veio abaixo do esperado.

O CPI (Índice de Preços ao Consumidor, na tradução) ficou estável na comparação mensal e reforçou as expectativas de que os juros na maior economia do mundo já atingiu o pico.

Com o resultado, a expectativa agora é de que o Fed (Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos) mantenha os juros na atual faixa de 5,25% a 5,50% ao ano na próxima reunião, em dezembro.

Nas negociações do dia, o dólar à vista fechou a R$ 4,8620, com baixa de 0,93%.

Europa

As bolsas da Europa operam sem direção única, com os investidores acomodando os sentimentos em relação aos dados econômicos divulgados recentemente.

Nos Estados Unidos, a inflação veio mais baixa que o esperado por analistas, aumentando as esperanças de que o Fed, o banco central norte-americano, pode dar uma pausa na subida dos juros.

Além disso, a China, segunda maior economia do mundo, reportou vendas no varejo e dados industriais melhores do que o esperado para outubro.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,05%
DAX (Alemanha), +0,41%
CAC 40 (França), -0,05%
FTSE MIB (Itália), +0,26%
STOXX 600, -0,07%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com leves perdas nesta manhã de quinta-feira, após fechar em alta na véspera, em meio ao arrefecimento da inflação e aumento das expectativas pelo fim do ciclo de aperto monetário.

No campo político, o Congresso norte-americano deu a aprovação final na noite de ontem a um pacote temporário de financiamento do governo dos Estados Unidos, evitando o chamado shutdown (paralisação).

Dow Jones Futuro (EUA), -0,03%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,10%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,86%

Ásia-Pacífico

As bolsas da Ásia fecharam no negativo, em sua maioria, exceto o Kospi, da Coreia do Sul.

As ações de Hong Kong lideraram as baixas na região Ásia-Pacífico hoje, com a Xpeng liderando a queda das ações de veículos elétricos, enquanto os investidores repercutiam o encontro de líderes dos Estados Unidos e da China .

Shanghai SE (China), -0,71%
Nikkei (Japão), -0,28%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,36%
Kospi (Coreia do Sul), +0,06%
ASX 200 (Austrália), -0,67%

Petróleo

Os preços do petróleo recuam nesta quinta-feira, devido a um aumento maior do que o esperado nos estoques de petróleo bruto dos EUA e à produção recorde no maior produtor mundial, juntamente com preocupações crescentes sobre a demanda na Ásia.

Petróleo WTI, -0,65%, a US$ 76,16 o barril
Petróleo Brent, -0,53%, a US$ 80,75 o barril

Agenda

Nos EUA, será apresentado o índice de atividade do Fed Filadélfia, com projeção de -11,5 pela LSEG, e produção industrial de outubro, com expectativa de queda de -0,3% na comparação mensal. Pedidos de seguro-desemprego semanal e discursos de membros do Fed também estão previstos para hoje.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá uma reunião hoje com o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O compromisso está marcado para 10h30 no Palácio do Planalto. Será o segundo encontro pessoal entre ambos depois da posse de Lula. Na seara econômica, está prevista a divulgação do IPC-S semanal.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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