Os mais de cem analistas do mercado financeiro consultados na semana passada para o Boletim Focus, do Banco Central, reviram de 4,51% para 4,49% a estimativa de inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano. É a primeira vez, desde junho de 2022, que os analistas veem o indicador de 2023 abaixo de 4,5%. As informações foram divulgadas nesta manhã de segunda-feira (18).
Se cumprida a estimativa de inflação do mercado, a inflação ficará abaixo do teto da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), sendo a primeira vez em dois anos que isso vai acontecer.
A meta central de inflação deste ano definida pelo colegiado, composto pelos ministérios da Fazenda, Planejamento e Orçamento e Banco Central, é de 3,25% este ano, e será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Em 2021, o IPCA somou 10,06%. E, em 2022, a inflação somou 5,79%, ficando, portanto, acima da meta de inflação estipulada.
Para 2024, a estimativa de inflação ficou estável 3,93% na última semana. No próximo ano, a meta de inflação é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir a taxa básica de juros (Selic) e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem, e também em doze meses até o início de 2025.
Na semana passada, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a inflação oficial do mês de novembro, que ficou em 0,28%, uma variação 0,04 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de outubro (0,24%). Esse resultado foi influenciado pela alta dos preços do grupo de alimentos e bebidas.
No ano, a inflação oficial acumula alta de 4,04% e, nos últimos 12 meses, de 4,68%, abaixo dos 4,82% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em novembro de 2022, a variação havia sido de 0,41%.
Mercado manteve projeção do crescimento da economia em 2,92%, segundo o Boletim Focus
Para o PIB (Produto Interno Bruto, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) este ano, o mercado financeiro manteve a projeção de crescimento em 2,92%.
Já para 2024, a previsão de crescimento da economia do mercado financeiro permaneceu em 1,51%.
Em relação à taxa básica de juros (Selic), a projeção deste ano foi mantida, uma vez que, na semana passada, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC reduziu o indicador em 0,50 ponto percentual, para 11,75% ao ano, após quatro reduções seguidas.
Para o fechamento de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia ficou estável em 9,25% ao ano.
Para o dólar, a projeção recuou de R$ 4,95 para R$ 4,93 este ano e, para 2024, a estimativa ficou estável em R$ 5.
Sobre a balança comercial, a previsão de superávit (exportações menos as importações) subiu de R$ 78,8 bilhões para US$ 79,8 bilhões em 2023, enquanto a projeção para 2024 subiu de US$ 68,5 bilhões para US$ 69 bilhões.
Por fim, a previsão do ingresso de investimento estrangeiro direto recuou de US$ 61,5 bilhões para US$ 60,3 bilhões este ano e permaneceu em US$ 70 bilhões no ano que vem.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias