Índices futuros operam mistos com divulgação da inflação ao produtor dos EUA e balanços de bancos no radar

Também está no radar dos mercados os ataques aéreos dos Estados Unidos e do Reino Unido contra os rebeldes Houthi no Iêmen e as implicações na geopolítica mundial.
12 de janeiro de 2024

Enquanto as bolsas mundiais têm movimento de alta, nesta manhã de sexta-feira (12), os índices futuros dos EUA operam mistos, com investidores à espera da divulgação de dados de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) americano. Também está no radar dos mercados os ataques aéreos dos Estados Unidos e do Reino Unido contra os rebeldes Houthi no Iêmen e as implicações na geopolítica mundial.

Na véspera, a divulgação da inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos EUA mostra avanço de 0,3% em dezembro na comparação com novembro, levemente acima da alta de 0,2% esperada pelo mercado. O núcleo, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, subiu também 0,3%, como o previsto.

A inflação acima do esperado abalou a convicção dos agentes dos mercados sobre um ciclo de alívio monetário intenso pelo Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano) nas taxas de juros. Os investidores também estarão atentos ao início da temporada de balanços com resultados dos grandes bancos Bank of America, Citigroup , JPMorgan e Wells Fargo.

No campo geopolítico, o ataque aéreo ao grupo radical, apoiado pelo Irã, pode levar a uma escalada das tensões no Oriente Médio. Já se observa um aumento nos custos de frete devido aos ataques no Mar Vermelho, o que tem um impacto direto sobre a inflação global.

A Tesla já informou que suspenderá a maior parte da produção de carros em sua única fábrica europeia por duas semanas devido a interrupções no fornecimento causadas pelos distúrbios no Mar Vermelho, segundo informações da agência Reuters.

Na Ásia, os mercados fecharam em baixa, em meio a preocupações renovadas sobre a tendência deflacionária na China, com exceção do Nikkei, do Japão, que driblou o mau humor da região e deu continuidade a um recente rali.

Por aqui, o governo estuda tributar as compras de até US$ 50 para bancar a proposta de desoneração da folha.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (11) com queda de 0,15%, aos 130.648,75 pontos.

As negociações do dia foram marcadas pelas divulgações das inflações no Brasil e nos Estados Unidos, que vieram um pouco acima do esperado por analistas.

Por aqui, o IPCA de dezembro fechou com alta de 0,56% – acima das projeções do mercado – e, no acumulado de 2023, avançou 4,62%, também maior que as expectativas.

Contudo, importante salientar, é a primeira vez depois de dois anos que a inflação fica abaixo do teto da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional), de 4,75% no ano.

Nos Estados Unidos, a inflação medida pelo CPI avançou 0,3% em dezembro na comparação com novembro, levemente acima da alta de 0,2% esperada pelo mercado. O núcleo, que exclui itens mais voláteis como alimentos e energia, subiu também 0,3%, como o previsto.

O dólar comercial terminou a sessão a R$ 4,8752, com queda de 0,34% no mercado à vista.

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam mistos, com as atenções voltadas para a inflação ao produtor (PPI) de dezembro, um dia depois da inflação ao consumidor ter vindo acima do esperado. O consenso LSEG prevê alta mensal de 0,1% e de 1,3% na base anual.

Dow Jones Futuro (EUA), +0,14%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,05%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,04%

Europa

As bolsas da Europa operam no campo positivo, com investidores digerindo novos dados econômicos do Reino Unido e aguardando relatório de inflação ao produtor dos EUA.

A economia do Reino Unido voltou a crescer em novembro, com o PIB (Produto Interno Bruto) superando as projeções ao expandir 0,3%.

FTSE 100 (Reino Unido), +0,78%
DAX (Alemanha), +0,91%
CAC 40 (França), +1,07%
FTSE MIB (Itália), +0,79%
STOXX 600, +0,89%

Ásia

Já os mercados da Ásia fecharam no negativo, após os dados da China, exceto o índice Nikkei, que tem quebrado recordes positivos nos últimos dias.

O índice de preços ao consumidor (CPI) chinês recuou 0,3% na comparação anual de dezembro, em sua terceira queda consecutiva, enquanto o índice de preços ao produtor (PPI) registrou baixa de 2,7% no mesmo período, no 15º mês seguido.

Os dados inflacionários da segunda maior economia do mundo ofuscaram o desempenho melhor do que o esperado das exportações chinesas no mês passado.

Shanghai SE (China), -0,16%
Nikkei (Japão), +1,50%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,35%
Kospi (Coreia do Sul), -0,60%
ASX 200 (Austrália), -0,10%

Petróleo

Os preços do petróleo operam com fortes ganhos, depois que o Reino Unido e os Estados Unidos realizaram ataques militares contra alvos em áreas do Iêmen controladas pelos Houthi, à medida que as tensões no Mar Vermelho aumentavam ainda mais.

Petróleo WTI, +2,58%, a US$ 73,88 o barril
Petróleo Brent, +2,34%, a US$ 79,22 o barril

Agenda

A semana termina com a divulgação de dados de inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. O consenso LSEG prevê alta mensal de 0,1% e de 1,3% na base anual.

Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, o governo estuda tributar as compras de até US$ 50 para bancar desoneração da folha, diante da resistência à medida provisória editada pelo governo na última semana de dezembro. As equipes testam sugestões aventadas por parlamentares e membros do governo na busca de fontes de recursos que permitam financiar o fim do programa. Uma delas é a taxação de compras online de sites no exterior com valor inferior a US$ 50. Atualmente, a tributação federal está zerada – só há incidência de imposto estadual (ICMS) de 17%. Na seara de indicadores, agenda esvaziada hoje.

Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias, InfoMoney e Bloomberg

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