O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem (31) um plano de transição energética com a EIA (Agência Internacional de Energia, na tradução para o português). A ideia é usar a expertise do país com o programa Luz para Todos para apoiar outros países em projetos de inclusão energética a populações carentes de nações emergentes e em desenvolvimento.
A contribuição brasileira será feita por meio da estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética) com países que ainda têm altos números de pessoas sem acesso à energia em suas residências.
O plano também envolve compartilhamento de dados e discussão de políticas de eficiência energética.
“Com a nossa experiência, podemos ajudar as demais nações, para além da questão da transição energética, a combaterem a pobreza energética, se espelhando no nosso Luz para Todos”, disse o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
O Brasil, segundo Silveira, ainda recebeu um convite da ex-presidente Dilma Rousseff, hoje presidente do Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o banco dos Brics (coalizão formada por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), para colaborar com países africanos nesse tema.
Além disso, Silveira também disse ter procurado a ONU (Organização das Nações Unidas) “para que a gente possa elevar toda a nossa expertise de pobreza energética para que possamos contribuir com a pobreza energética de outros países”.
Luz para Todos deve ser finalizado em 2026, diz ministro do MME
O orçamento deste ano para o Luz para Todos no Brasil é de R$ 2,49 bilhões. A meta do governo federal é levar energia elétrica a 78.752 residências.
Quando o programa foi lançado, há 20 anos, havia dois milhões de domicílios rurais não atendidos pela prestação dos serviços de energia elétrica no Brasil.
Segundo dados do site do MME, o Luz Para Todos ultrapassou a meta de 2023 no novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).
Até o início de dezembro, o programa alcançou 55.450 novas instalações, um acréscimo de 6,75% em relação ao total previsto para este ano, que era de 51.943.
O Pará foi o estado com maior número de unidades consumidoras atendidas, sendo 12.344 conexões no meio rural e outras 7.058 em regiões remotas da Amazônia Legal.
O ministro Silveira disse que o programa deve ser finalizado até 2026, quando termina o terceiro mandato do presidente Lula.
Brasil deve responder por 4% da produção mundial de petróleo em 2030
O diretor-executivo da EIA, Fatih Birol, disse ontem, em entrevista coletiva, que o Brasil deve responder por 4% da produção mundial de petróleo em 2030, e manterá esse nível até 2040.
O Brasil, segundo Birol, supre hoje 3% do petróleo ao redor do mundo, mas a estimativa é que esse percentual passe para 4% até 2040.
Alexandre Silveira disse que não há contradição do governo brasileiro em quer liderar a transição energética e, ao mesmo tempo, aumentar a produção nacional de petróleo.
“A própria palavra disse transição, transição não é mudança. Transição é um processo”, pontuou.
Redação ICL Economia
Com informações do site do MME e do G1