O lucro do Itaú Unibanco chegou a R$ 35,6 bilhões em 2023, um aumento de 15,7% em relação ao resultado de 2022. Somente no quarto trimestre, o ganho líquido do banco foi de R$ 9,4 bilhões, 22,6% a mais na comparação anual e um avanço de 4% sobre o terceiro trimestre.
O aumento do lucro se deve a uma combinação de fatores: crescimento da carteira de crédito e das margens das operações associadas com o incremento das receitas com prestação de serviços (tarifas). Estas, por sua vez, foram puxadas principalmente pelo segmento de cartões.
As receitas do banco com serviços somaram R$ 11,2 bilhões em 2023, volume 7,4% superior ao aferido em 2022. Destacaram-se nessa área as receitas com cartões (emissão e adquirência), que tiveram expansão de 12,3% chegando a R$ 4,6 bilhões.
De acordo com o balanço divulgado após o fechamento do mercado financeiro ontem (5), a carteira de crédito do maior banco da América Latina atingiu R$ 1,17 trilhão em operações contratadas, um salto de 5,3% em relação a 2022.
Nesse caso, o aumento foi puxado principalmente pelos financiamentos a pessoas físicas, que cresceram 4,2% e atingiram o saldo de R$ 415,5 bilhões. Se descontada a variação do dólar, a alta ficou em 3,1%. Os empréstimos a empresas cresceram apenas 0,5%, para R$ 303,7 bilhões, impactados pela queda de 2,6% no crédito para capital de giro.
A margem com clientes, que contabiliza os ganhos gerados pelas operações de crédito, subiu 8,5% em um ano, para R$ 26,293 bilhões.
Ontem, as ações do Itaú (ITUB4) subiam 1,89% na B3 (bolsa brasileira), diante da expectativa da divulgação do resultado do banco e, consequentemente, o pagamento de dividendos a acionistas.
Lucro do Itaú: banco vai pagar R$ 11 bilhões em dividendos adicionais a acionistas
O diretor financeiro do Itaú, Alexsandro Broedel, disse que os números apontam um ano de 2023 de resultados sólidos e consistentes e destacou a remuneração que o banco dará aos acionistas. “Destaque também para o pagamento de R$ 11 bilhões em dividendos adicionais aos nossos acionistas que, somados aos Juros sobre Capital Próprio [JCP] já declarados, resultaram em um payout (fração do lucro líquido) de 60,3% no ano.”
O Itaú Unibanco tinha, em dezembro, R$ 2,69 trilhões em ativos, uma alta 9,2% em um ano. Seu patrimônio líquido contabilizava R$ 180,7 bilhões, cifra 12,3% maior que um ano antes, e o retorno sobre o patrimônio.
Por sua vez, a inadimplência, medida pelos atrasos superiores a 90 dias nos pagamentos dos financiamentos, continuou controlada, tendo recuado 0,1%, para fechar o ano em 2,8%.
“Em 2023, colhemos os resultados da nossa transformação cultural e digital”, disse em comunicado o presidente do Itaú, Milton Maluhy.
Segundo ele, o banco conseguiu manter patamares sustentáveis de crescimento. “Entramos em 2024 otimistas e empenhados para entregar ainda mais valor aos nossos clientes, acionistas e colaboradores, tirando proveito de todas as mudanças que fizemos na organização.”
Eduardo Moreira já disse que bancões são “grandes vilões” do país
Crítico do mercado financeiro, o economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, que já trabalhou por mais de duas décadas em mesas de operações, sempre questiona o papel do setor bancário na economia brasileira e argumentou que os bancos são os maiores vilões do país.
Ele destaca que, durante a pandemia, os banqueiros receberam ajuda governamental enquanto muitas pessoas lutavam contra a pobreza, o desemprego e a fome.
Ele também criticou os bancos por tirarem vantagem de mutuários vulneráveis, utilizando agências de cobrança e sistemas de crédito preditivos para recuperar dívidas. Moreira comparou então o desempenho financeiro dos quatro maiores bancos do Brasil com o das principais cidades do país, mostrando que os bancos geram lucros significativos mesmo em tempos de crise.
Você pode ver a análise dele no vídeo abaixo:
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e O Estado de S.Paulo