Os mercados globais começam, esta manhã de quarta-feira (22), com cautela, com a inflação do Reino Unido e a divulgação da ata da última reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) no radar.
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do Reino Unido desacelerou de 3,2% nos 12 meses encerrados em março para 2,3% na mesma comparação de abril, informou hoje o ONS, o escritório nacional de estatísticas britânico. Os economistas esperavam uma desaceleração maior, para 2,1%.
Nos Estados Unidos, a ata do Federal Open Market Comittee (FOMC) do Federal Reserve será divulgada às 15h (horário de Brasília), detalhando a decisão que optou pela manutenção dos juros no patamar atual – entre 5,25% e 5,50% ao ano.
O documento pode fornecer pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária no trato das taxas de juros.
Os traders reduziram as expectativas para cortes nos juros do Fed este ano, vendo atualmente cerca de 40 pontos-base de redução em 2024. A ata da última reunião do Fomc, a ser divulgada hoje, pode oferecer mais pistas sobre a visão dos formuladores de políticas monetárias.
No campo corporativo, os investidores aguardam os resultados trimestrais da gigante de semicondutores Nvidia após o fechamento do pregão. A projeção é por um aumento de 243% na receita, mas uma alta de 90% nas ações no acumulado do ano significa que ela pode ter dificuldades para corresponder às altas expectativas.
Por aqui, o foco estará voltado para o relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 2º bimestre 2024, a ser divulgado às 15h30 pelo governo federal. Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, participa de comissão na Câmara.
Brasil
A Bolsa brasileira teve mais um dia de aversão ao risco. Com a agenda esvaziada e sem acontecimentos marcantes no mercado financeiro, o Ibovespa encerrou a terça-feira (21) com baixa de 0,27%, aos 127.411 pontos.
No cenário macroeconômico, nem a notícia de que a arrecadação do governo federal atingiu, em abril deste ano, incluindo impostos, contribuições e outras receitas, R$ 228,9 bilhões, animou os agentes.
Nem o fato de que o valor representa um aumento real de 8,26% em relação a abril do ano passado (R$ 211,4 bilhões) e que foi o maior montante arrecadado em um mês de abril desde o início da série histórica, em 1995, ou seja, em 30 anos, conseguiu fazer os agentes ficarem mais otimistas.
Já o dólar à vista ficou a R$ 5,11, com alta de 0,24%.
Europa
As bolsas europeias operam em baixa, com os mercados repercutindo a inflação no Reino Unido, que atingiu 2,3% em uma base anual em abril, ficando acima da previsão de 2,1%, mas mais próxima da meta de 2% do Banco de Inglaterra do que a leitura de março (3,2%).
FTSE 100 (Reino Unido): -0,37%
DAX (Alemanha): -0,41%
CAC 40 (França): -0,65%
FTSE MIB (Itália): -0,48%
STOXX 600: -0,40%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA caem nesta manhã de quarta-feira, com investidores atentos às atas da última reunião do Fomc, e com o balanço da Nvidia, do setor de Inteligência Artificial, que será divulgado após o fechamento do pregão.
Dow Jones Futuro: -0,12%
S&P 500 Futuro: -0,14%
Nasdaq Futuro: -0,10%
Ásia
As bolsas da Ásia fecharam sem direção única. Na China continental, os mercados ficaram levemente no azul, ajudados pelo forte desempenho de ações do setor solar. Já o Nikkei caiu 0,85%, a 38.617,10 pontos, pressionado por ações dos setores imobiliário e farmacêutico, à medida que persistem preocupações sobre o aumento dos custos de empréstimos.
Shanghai SE (China), +0,02%
Nikkei (Japão): -0,85%
Hang Seng Index (Hong Kong): -0,13%
Kospi (Coreia do Sul): -0,03%
ASX 200 (Austrália): -0,05%
Petróleo
As cotações do petróleo registram baixa pela terceira sessão seguida nesta quarta-feira, devido às expectativas de que o Fed, o banco central dos EUA, poderia manter as taxas de juro mais altas por mais tempo, o que impactaria o uso de combustível no maior consumidor de petróleo do mundo.
Petróleo WTI, -0,74%, a US$ 78,08 o barril
Petróleo Brent, -0,64%, a US$ 82,35 o barril
Agenda
A agenda desta quarta-feira é marcada pela ata do Fomc nos Estados Unidos.
Por aqui, no Brasil, no campo político-econômico, a taxação de compras internacionais online de até US$ 50 não integra as medidas do governo para compensar a desoneração da folha de pagamento, afirmou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ontem à noite (21). Na seara de dados macroeconômicos, será divulgado nesta tarde o relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias do 2º bimestre 2024.
Redação ICL Economia
Com informações do InfoMoney e da Bloomberg