O mercado financeiro elevou, pela quinta vez seguida, as projeções de inflação para este ano e, também, para o ano que vem. Ao mesmo tempo, os cerca de 150 analistas consultados para o Boletim Focus do Banco Central, divulgado nesta manhã de segunda-feira (10), apostam em um crescimento maior do PIB (Produto Interno Bruto) em 2024.
Para este ano, a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) passou de 3,88% para 3,90%. Já para o ano que vem, a projeção do indicador avançou de 3,77% para 3,78%.
Ainda assim, se confirmadas as projeções, a inflação ficará abaixo do teto da meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). O centro de meta foi estipulado em 3%, e a meta será considerada cumprida se oscilar de 1,5% (menor piso) para 4,5% (teto).
Os analistas consultados também elevaram a projeção de crescimento da economia brasileira de 2,05% para 2,09% este ano, e mantiveram em 2% o crescimento previsto para o ano que vem.
Lembrando que o Ministério Público, junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), ingressou com uma representação para “identificar eventuais desvios de finalidade pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central na definição da taxa Selic”.
Segundo o subprocurador Lucas Furtado, a apuração se daria por suposta “grande influência as projeções constantes do chamado ‘Boletim Focus’, elaborado a partir de pesquisas macroeconômicas realizadas por diversas instituições, tais como bancos, consultorias, corretoras”.
Os economistas do ICL (Instituto Conhecimento Liberta) também têm denunciado possível influência do Boletim Focus nas decisões do Banco Central e o uso político desse instrumento pelo presidente da autoridade monetária, Roberto Campos Neto (saiba mais clicando aqui).
Boletim Focus: mercado mantém estimativa para a Selic este ano, mas sobe para 2025
Para a taxa básica básica de juros, a Selic, a estimativa do mercado financeiro se manteve no patamar de 10,25% em 2024. Mas, para o ano que vem, a projeção passou de 9,18% para 9,25%. Atualmente, a Selic está em 10,50% ao ano.
Em relação ao dólar, o mercado manteve em R$ 5,05 a cotação da moeda para este ano, enquanto elevou de R$ 5,05 para R$ 5,09 a estimativa para o ano que vem.
Quanto à balança comercial brasileira, o mercado aumentou a projeção de superávit (resultado das exportações menos as importações) de US$ 82,26 bilhões para US$ 82,51 bilhões, enquanto, para 2025, o montante permaneceu em US$ 78 bilhões.
A entrada de investimento estrangeiro direito permaneceu em US$ 70 bilhões este ano, enquanto caiu de US$ 73 para US$ 72,50 bilhões no ano que vem.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias