O governo brasileiro, que ocupa a presidência transitória do G20 (fórum internacional que reúne as 19 maiores economias do mundo, mais União Europeia e União Africana), vai apresentar nesta semana um conjunto de documentos que orientarão a construção da “Aliança Global contra a Fome e a Pobreza”. A taxação global das grandes riquezas também será abordada no encontro, que acontece no Rio de Janeiro e outras cidades brasileiras, a partir desta segunda-feira (22).
Desenvolvimento, Emprego, Força-Tarefa de Combate à Fome e à Pobreza e Finanças. Estes são os grupos de trabalho que darão início às reuniões ministeriais do fórum econômico. A semana começa hoje e vai até sexta-feira (26), e será decisiva para as discussões do G20.
No âmbito da Força-Tarefa de Combate à Fome e à Pobreza, a expectativa é de que os documentos constitutivos da Aliança Global sejam endossados e os países possam começar a aderir à iniciativa. Este momento contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já que a constituição da Aliança é uma das prioridades da presidência brasileira do G20.
Mas, por recomendação do presidente Lula, o combate à fome e à pobreza é um dos temas centrais da presidência brasileira no G20. Outras prioridades incluem a mobilização global contra as mudanças climáticas e a reforma da governança global.
O “pré-lançamento” dessa aliança marca a segunda fase da presidência brasileira no G20. Agora, no nível ministerial, os países devem avançar nas discussões. O Brasil recebe a cúpula do G20, com chefes de estado, no Rio de Janeiro, em novembro.
As reuniões ministeriais começam hoje, com o “pré-lançamento” previsto para quarta-feira (24), contando com as presenças de Lula e da primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina.
Os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Wellington Dias (Desenvolvimento Social) e Fernando Haddad (Fazenda) também participarão.
Haddad voltará a defender taxação dos super-ricos durante os três dias do G20
Fernando Haddad voltará a defender a taxação dos super-ricos durante os três dias de evento do G20. A agenda brasileira para emergência climática também terá ênfase no encontro.
Há a expectativa ainda de que Haddad faça um pronunciamento ao lado da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, após uma reunião bilateral sobre clima e economia global.
O mandatário da Fazenda deve chegar ao Rio de Janeiro na quarta-feira, 24, quando participará do lançamento da Aliança Contra a Fome e a Pobreza, ao lado do presidente Lula.
O ministro terá, depois, uma reunião bilateral com Yellen, na qual devem discutir temas relativos ao G20, economia global e mudanças climáticas. A expectativa é que ambos façam um pronunciamento à imprensa logo após o encontro.
A secretária do Tesouro americano já se manifestou contrária à taxação de super-ricos. No entanto, apesar da resistência, o Ministério da Fazenda avalia haver avanços no tema, principalmente com o apoio de França e Espanha.
Um imposto mínimo de 2% sobre a fortuna dos super-ricos do mundo arrecadaria entre US$ 200 e 250 bilhões anualmente (cerca de R$ 1,3 trilhão). A estimativa é da proposta brasileira para o G20 sobre a tributação dos bilionários, elaborada pelo economista francês Gabriel Zucman, professor de economia na Escola de Economia de Paris e da Universidade da Califórnia, foi apresentada em junho passado.
O estudo apresenta que o modelo de tributação progressiva atingiria cerca de 3 mil pessoas inicialmente. São indivíduos com mais de US$ 1 bilhão de riqueza, distribuídos em ativos, imóveis, ações, participação na propriedade de empresas, entre outros, e que ainda não pagam pelo menos 2% de imposto de renda anual.
Na quinta-feira (25), Haddad terá uma reunião bilateral com a ministra das finanças da Indonésia, Sri Mulyani, para avançar no diálogo econômico entre os dois países e temas relativos ao G20. Esta será a primeira vez em que os dois se encontram.
Ele terá também uma reunião bilateral com a ministra das Finanças do Reino Unido, Rachel Reeves e, depois, participa de uma sessão do G20 sobre a taxação global dos super-ricos, um dos debates liderados pelo Ministério da Fazenda na trilha financeira.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e O Estado de S.Paulo