A seca somada à falta de chuvas acendeu o sinal de alerta no governo devido ao risco desse cenário afetar o fornecimento de energia elétrica no país. Por isso, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) elabore, em até 30 dias, um plano para garantir abastecimento até 2026. Nesta sexta-feira (13), ele deve realizar a primeira reunião para discutir o tema.
O pedido foi feito em ofício encaminhado no último dia 6. Segundo reportagem do site g1, o pedido do MME abrange o fornecimento no SIN (Sistema Interligado Nacional) e no sistema de Roraima — único que não está conectado ao restante do país.
“Além disso, destaco que o Plano deve conter, entre outras, propostas de medidas concretas, para cada ano, a serem adotadas pelas instituições que compõem o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico”, diz trecho do ofício.
Com a falta de chuvas e o nível de rios nos patamares históricos mais baixos, o Ministério de Minas e Energia estuda ainda a volta do horário de verão. O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse ontem (11) que o horário de verão ajuda a impulsionar a economia, além de dar suporte ao sistema elétrico em um “momento realmente crítico” na geração causado pela seca.
Como grande parte da matriz energética brasileira é formada por hidrelétricas, a falta de chuvas impacta o fornecimento de energia e, consequentemente, o governo é obrigado a acionar termelétricas, que têm o custo mais caro por funcionarem com combustível fóssil e, portanto, são também mais poluentes. O calor também faz com que o consumo seja maior em horários de pico, normalmente no início da noite.
Energia elétrica: MME vai lançar leilão exclusivo para contratação de baterias para sistema
Em outra frente, o ministro Silveira disse ontem (12) que o governo vai lançar um leilão exclusivo para contratação de baterias para o sistema elétrico. A ideia, segundo o ministro, é que a consulta pública seja lançada “nos próximos dias” e o leilão realizado ainda este ano.
As baterias são usadas para armazenamento de energias renováveis e podem reduzir oscilações no sistema. As fontes solar e eólica dependem da incidência de sol e vento, que não são perenes, o que faz com que a quantidade de energia gerada oscile ao longo do tempo.
Desse modo, as baterias podem ajudar o sistema a contar com essas fontes mesmo em períodos com menos vento ou menos sol.
“Nós vamos fazer um leilão de baterias até o final do ano. Nos próximos dias vamos soltar a consulta pública”, disse o ministro a jornalistas, depois de visita ao centro de treinamento da Enel Distribuição, em São Paulo.
O objetivo do leilão é impulsionar a tecnologia de bateria no Brasil, trazendo agentes do setor para o país, como a fabricante chinesa Huawei.
Ao separar as baterias em um certame específico, o ministro sinaliza uma solução para o impasse para a realização do leilão de reserva de capacidade neste ano.
O leilão de reserva está sendo planejado desde 2022 e foi a consulta pública, no âmbito do MME, em março de 2024. O certame vai contratar usinas que aumentam a segurança do sistema, como usinas termelétricas, que serão acionadas para atender picos de consumo de energia.
Mas um debate sobre a inclusão de baterias e de hidrelétricas no leilão de reserva atrasou a realização do certame, que precisa ser autorizado por uma portaria do Ministério de Minas e Energia, ainda sem publicação.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e g1