Ibovespa sobe 0,29% no dia, a 111,3 mil pontos, e avança 3,22% em maio

Apesar dos avanços comedidos desde 24 passado, a referência da B3 fechou o mês com ganho de 3,22%, retomando o sinal positivo que prevaleceu de dezembro a março
31 de maio de 2022

Após oscilar para o negativo no fim da tarde, o Ibovespa conseguiu manter a linha de 111 mil pontos pela quarta sessão seguida, neste encerramento de maio, vindo na segunda-feira (30) de perda de 0,81%, a primeira desde o último dia 18. Apesar dos avanços comedidos desde 24 passado, a referência da B3 fechou o mês com ganho de 3,22%, retomando o sinal positivo que prevaleceu de dezembro a março, interrompido pela queda de 10,10% em abril – a pior desde o mergulho de 29,90% em março de 2020, no auge da aversão a risco à covid-19.

Nesta terça-feira (31), com Nova York firmando-se no negativo no fim do dia, o Ibovespa chegou a devolver os ganhos moderados observados desde a manhã, mas encerrou em leve alta de 0,29%, aos 111.350,51 pontos, guiado por moderada recuperação em Petrobras (ON +0,76%, PN +0,23%), por desempenho favorável dos bancos (BB ON +1,52%, Itaú PN +0,93%), bem como das utilities (Cemig PN +3,83%, na máxima do dia no fechamento; Eletrobras PNB +0,82%).

Na ponta do índice, destaque para Marfrig (+5,54%), IRB (+4,63%), BRF (+3,99%) e Cemig (+3,83%). No lado oposto, Hapvida (-3,59%), Magazine Luiza (-3,12%) e Méliuz (-3,06%). Reforçado, o giro financeiro foi a R$ 37,7 bilhões nesta última sessão do mês.

Na semana, o Ibovespa cede 0,53%, com ganho no ano a 6,23%. No melhor momento do mês, ontem, o índice chegou a 112.690,15 pontos durante a sessão, maior nível intradia desde 22 de abril (114.343,30). Entre a mínima e a máxima desta terça-feira, foi dos 110.685,49 aos 111.902,64, com abertura a 111.035,69 pontos.

Críticas do governo têm segurado ações da Petrobras

As constantes críticas de autoridades do governo, a começar pelo presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), têm segurado as ações da Petrobras em meio à retomada da escalada dos preços globais da commodity, o que resulta em algum descolamento do Ibovespa de dias de apetite por risco no exterior. Nesta terça, em entrevista ao apresentador Ratinho, na Massa FM, Bolsonaro acenou novamente com a ideia de “fatiar” a empresa. “A privatização da Petrobras leva no mínimo quatro anos. Tenho uma ideia de fatiar a Petrobras. Realmente não está dando certo atualmente”, afirmou o presidente.

Além de Bolsonaro, aliados como o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), têm redobrado a carga contra a gestão da estatal, ante sinais desfavoráveis de pesquisas eleitorais que indicam a possibilidade de o opositor Luiz Inácio Lula da Silva (PT), crítico da política de preços da Petrobras, vencer a disputa ainda no primeiro turno. A constatação de que os estoques de diesel no País são suficientes para cerca de 40 dias de consumo é um ingrediente que torna a situação dos combustíveis, e o efeito sobre a inflação, ainda mais problemática.

Dólar encerra maio em queda de 3,85% de olho em China e Fed

O dólar à vista encerrou a sessão desta terça-feira (31) praticamente estável, no patamar de R$ 4,75, muito influenciado por questões técnicas do mercado doméstico de câmbio. O dia foi marcado pela disputa em torno da formação da última taxa Ptax de maio – referência para liquidação de contratos futuros e fechamento de balanços corporativos – e pela típica rolagem de posições de fim de mês.

Segundo profissionais do mercado, o anúncio de novos estímulos econômicos na China, que começa a relaxar restrições de combate à covid-19, e os dados domésticos positivos, como o resultado fiscal do setor público em abril (superávit primário de R$ 38,876 bilhões), teriam dado certo fôlego ao real, que conseguiu em parte se descolar do sinal predominante de alta da moeda americana no exterior.

Tirando uma escalada na primeira hora de negócios, quando correu até a máxima de R$ 4,7780, o dólar trabalhou a maior parte do dia entre estabilidade e leve baixa. Na mínima, pela manhã, chegou a romper o piso de R$ 4,70, ao marcar R$ 4,6985. No fim do pregão, era cotado a R$ 4,7526, variação de -0,02%. Mesmo com leve alta de 0,30% nesta semana, a moeda termina maio com queda de 3,85% – o que leva a desvalorização acumulada no ano a 14,77%.

O índice DXY – que mede o desempenho do dólar frente a seis divisas fortes – se recuperou do tombo de segunda-feira e operou em alta, mas não conseguiu se firmar acima dos 102,000 pontos. Quando o mercado local fechou, era negociado a 101,773 pontos, avanço de 0,45%. O dólar também ganhou força em relação à maioria das divisas emergentes e de exportadores de commodities, embora tenha recuado frente a pares do real como peso chileno e colombiano.

Dados da B3 mostram que os investidores estrangeiros ingressaram com R$ 602,915 milhões na bolsa doméstica na sessão de sexta-feira (27). Com a entrada de capital externo na B3 nos últimos dias, o saldo negativo acumulado no mês, que chegou a superar R$ 12 bilhões, agora está na casa de R$ 9 bilhões. Como não há dados atualizados do fluxo cambial, em razão da greve dos servidores do Banco Central, não é possível saber se houve aporte líquido de recursos no País em maio.

Analistas atribuem o tombo do dólar neste mês à redução dos temores de desaceleração forte da economia da China, o que ensejou recuperação de preços de commodities, e à perda de força do índice DXY, sobretudo com a recuperação do euro. Sinais do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA) de que vai manter o ritmo de alta da taxa básica em 50 pontos-base nas próximas reuniões fizeram investidores apararem apostas em um dólar globalmente cada vez mais forte.

Com informações do Estadão Conteúdo

 

Continue lendo

Assine nossa newsletter
Receba gratuitamente os principais destaques e indicadores da economia e do mercado financeiro.