O preço da cesta básica teve queda pela primeira vez no ano, em relação ao salário mínimo, na maioria das capitais do país, segundo dados do Dieese. Em maio, a redução dos valores da cesta ocorreu em 14 das 17 capitais pesquisadas. A retração do preço do tomate foi responsável pela queda. Neste sentindo, é importante ressaltar que praticamente todos os outros itens tiveram altas no preço da cesta básica, algumas bem consideráveis.
“A queda do preço da cesta básica pode causar a ilusão de desaceleração do preço dos alimentos, mas ainda é cedo para esta afirmação. Isso porque a queda no valor total do preço da cesta básica foi decorrente apenas do recuo do tomate”, explicam os economistas do ICL Economia, André Campedelli e Deborah Magagna.
Diante do recuo do preço do tomate, em São Paulo, o preço da cesta básica passou dos R$ 800,00 para R$ 777,93, uma queda de 3,24% em seu valor. No Rio de Janeiro, a queda do preço da cesta básica foi de 5,84%; em Brasília, de 6,1%; em Campo Grande, de 7,3% e Belo Horizonte, de 5,8%. Apenas três cidades apresentaram elevação no preço da cesta, foram elas: Belém, com alta de 2,99%; Recife, de 2,26%; e Salvador, de 0,53%.
Quando observada a cesta básica em São Paulo, nota-se que somente três itens não apresentaram aumento: o açúcar, o tomate e a banana. A queda do tomate, no entanto, foi tão expressiva que garantiu a baixa do preço da cesta básica como um todo. Enquanto o açúcar não apresentou variação e a banana teve queda de 2,63%, o tomate apresentou recuo de 29%.
Batata, leite, óleo, feijão, arroz, café, pão francês são alguns itens que tiveram aumento em maio e interferiram no preço da cesta básica
Porém, um fato importante a ser ressaltado é que os demais itens medidos na cesta básica apresentaram alta. Como nos casos da batata, com alta de 1,87%, do leite com aumento de 2,07%, do óleo de soja de 2,94%, do feijão de 4,13%, da farinha de trigo de 5,58%, do arroz de 0,75%, do café de 0,37%, do pão francês de 2,58%, da carne de 0,94% e da manteiga de 1,9%.
Nos cinco primeiros meses deste ano, a cesta básica em Campo Grande acumula alta de 13,5%, São Paulo de 12,66%, Aracaju de 14,7%, Fortaleza de 12,88%, Belo Horizonte 12,96% e Porto Alegre 12,5%. As altas menos contundentes aparecem em Curitiba, com aumento de 5,4%, Goiânia de 7,9%, Belém de 8,5% e Rio de Janeiro de 8,6%.
No acumulado em 12 meses, o valor mais expressivo da cesta foi na cidade de Natal, com 23,9% de alta, seguido por Salvador 23,1%, Brasília de 22,8%, São Paulo de 22,2% e Fortaleza de 21,8%. Os valores tiveram queda em maio, mas continuam bastante elevados.
Quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em maio de 2022, 59,39% do rendimento para adquirir os produtos da cesta, menos do que em abril, quando o percentual foi de 61%. Em maio de 2021, quando o salário mínimo era de R$ 1.100,00, o percentual ficou em 54,84%.
Diante da situação de queda no preço da cesta básica, junto à baixa inflação registrada em maio, o salário mínimo necessário calculado pelo Dieese teve sua primeira queda neste ano. O montante que era de R$ 6.754,33 em abril passou a ser de R$ 6.535,40. A última queda para a medida havia ocorrido entre novembro e dezembro de 2021, momento em que também ocorreu queda considerável da inflação mensal, principalmente pela falta de reajustes dos combustíveis e baixa pressão dos alimentos, que são itens que impactam diretamente no cálculo do índice.
Redação ICL Economia
Com informações do site do Dieese e do Boletim “Economia Para Todos Investidor Mestre”