O governo federal deve anunciar ainda hoje (17), a liberação do saque de até R$ 1 mil por trabalhador, das contas ativas ou inativas no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). O objetivo é o de colocar mais dinheiro na economia.
Entretanto, a medida indica a falta de rumo da política econômica do governo Bolsonaro. Em que pese a liberação do FGTS ser uma medida boa, do ponto de vista individual para o trabalhador, que neste momento de crise poderá sacar seus recursos para pagar dívidas, por exemplo, por outro lado mostra uma contradição.
O economista Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese, explica que “o discurso do governo para liberar o FGTS é o de aquecer a economia, mas ontem (16) ainda o Banco Central anunciou o aumento da taxa de juros de Selic, que passou de 10,75% para 11,75% ao ano, uma medida que retira dinheiro de circulação. Isto porque a alta dos juros estimula as pessoas que têm recurso no mercado financeiro a permanecer nestes investimentos”.
Finalidade desvirtuada
O FGTS é um direito do trabalhador com carteira assinada, e só pode ser sacado mediante condições específicas, como compra da casa própria ou na aposentadoria. Enquanto ele não é retirado pelo trabalhador, o valor permanece depositado na Caixa Econômica Federal, com rendimento geralmente abaixo da poupança.
Ao liberar o saque do Fundo, o governo desvirtua sua finalidade que é a de ser uma poupança emergencial para quando o trabalhador perde o seu emprego ou tem uma doença grave. Além disso, o FGTS é destinado ao financiamento da habitação popular em geral. Fábio Augusto ressalta que o governo Bolsonaro está desmontando o papel do Fundo, sem colocar esse dinheiro na ativação da economia, por meio da construção civil, com seria seu papel.
Redação ICL Economia