Um dia depois do nervosismo causado pela divulgação da inflação americana, os índices futuros dos EUA estão operando em ligeira alta na manhã desta quarta-feira (14). Por outro lado, as bolsas asiáticas fecharam no negativo enquanto as europeias estão em trajetória de queda nesta manhã.
Ontem (13), o Departamento do Trabalho dos Estados divulgou uma variação de preços de 0,1% em agosto, dentro da expectativa do mercado. No entanto, o núcleo da inflação ao consumidor, que exclui energia e alimentos, saltou de 0,3% em julho para 0,6% no mês seguinte, dando claro sinal de que a alta de preços está mais disseminada.
A divulgação, um sinal de que o ciclo de aperto monetário deve persistir, fez com que as bolsas caíssem, o dólar subisse e os rendimentos dos títulos do tesouro americano (Treasuries) avançassem, já precificando uma recessão à frente.
Agora, a expectativa é de que o Fed (Federal Reserve), na reunião de 20 e 21 de setembro, optem por uma nova alta da taxa de juros em 75 pontos-base para controlar a escalada da inflação.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (13) em queda, após a divulgação de dados da inflação dos Estados Unidos acima do esperado. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 2,30%, a 110.794 pontos.
Segundo analistas do mercado financeiro, pesaram nas negociações do dia fatos advindos do mercado externo. Nos Estados Unidos, foi divulgado ontem que a taxa da inflação é de 8,3% no acumulado em 12 meses até agosto. O dado, que mostra uma inflação ainda persistente, sugere que o ciclo de alta de juros no país deve continuar.
O dólar subiu 1,77% frente ao real, cotado a 5,187 na compra e a R$ 5,188 na venda.
Europa
As bolsas europeias estão em trajetória de queda na manhã desta quarta-feira, após a pior liquidação em Wall Street desde junho de 2020. O FTSE 100 tinha baixa, mesmo com os dados de inflação do Reino Unido para agosto sendo menos intensos do que o previsto, ficando abaixo de 10% em agosto na comparação anual.
FTSE 100 (Reino Unido), -0,69%
DAX (Alemanha), -0,28%
CAC 40 (França), -0,06%
FTSE MIB (Itália), +0,70%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam em ligeira alta nesta manhã, após o tombo das bolsas ontem com a divulgação dos dados da inflação. Na terça-feira, todas as 30 ações do índice Dow Jones e todos os setores do S&P 500 terminaram a sessão em baixa. A Nasdaq caiu 5,6% e terminou seu pior dia desde fevereiro, puxada por ações de grandes nomes da tecnologia como Netflix (-7,8%) e Meta (-9,4%).
Dow Jones Futuro (EUA), +0,43%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,52%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,55%
Ásia
As bolsas asiáticas sentiram fortemente o impacto da divulgação dos dados da inflação dos EUA, que fez com que o dólar disparasse em relação a diversas moedas. A moeda americana pressionou o iene japonês, para perto de uma baixa de 24 anos em 149,96 ienes.
Shanghai SE (China), -0,80%
Nikkei (Japão), -2,78%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,48%
Kospi (Coreia do Sul), -1,56%
Petróleo
Os preços do petróleo operam perto da estabilidade nesta manhã, na mesma toada das bolsas diante da divulgação da inflação do consumidor. Na terça-feira, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) comunicou estar vendo “sinais errôneos” do mercado, uma vez que o cartel se opõe às previsões de que a desaceleração do crescimento econômico e o aperto da política monetária pesarão na demanda global de petróleo em 2023.
Petróleo WTI, +0,24, a US$ 87,52 o barril
Petróleo Brent, +0,23%, a US$ 93,38 o barril
Agenda
Será divulgado nesta quarta-feira o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) referente a agosto. Em julho, o indicador recuou 0,5% na comparação com junho, o que levou o dado anualizado a cair de 11,3% para 9,8%. Para o dado que será anunciado hoje, o consenso Refinitiv projeta uma deflação de 0,1% na comparação mensal, o que levaria a alta anual para 8,8%.
Por aqui, no Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga nesta manhã as vendas no varejo em julho. O consenso Refinitiv aponta para avanço de 0,30% na base mensal e queda de 3,5% na anual.
Redação ICL Economia
Com informações das agências