Um dia após o tombo das bolsas com a divulgação da inflação americana, índices futuros operam em ligeira alta nesta manhã de quarta-feira (14)

Inflação ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) variou 0,1% em agosto, mas o núcleo do indicador, que exclui energia e alimentos, saltou de 0,3% em julho para 0,6% no mês passado
14 de setembro de 2022

Um dia depois do nervosismo causado pela divulgação da inflação americana, os índices futuros dos EUA estão operando em ligeira alta na manhã desta quarta-feira (14). Por outro lado, as bolsas asiáticas fecharam no negativo enquanto as europeias estão em trajetória de queda nesta manhã.

Ontem (13), o Departamento do Trabalho dos Estados divulgou uma variação de preços de 0,1% em agosto, dentro da expectativa do mercado. No entanto, o núcleo da inflação ao consumidor, que exclui energia e alimentos, saltou de 0,3% em julho para 0,6% no mês seguinte, dando claro sinal de que a alta de preços está mais disseminada.

A divulgação, um sinal de que o ciclo de aperto monetário deve persistir, fez com que as bolsas caíssem, o dólar subisse e os rendimentos dos títulos do tesouro americano (Treasuries) avançassem, já precificando uma recessão à frente.

Agora, a expectativa é de que o Fed (Federal Reserve), na reunião de 20 e 21 de setembro, optem por uma nova alta da taxa de juros em 75 pontos-base para controlar a escalada da inflação.

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de terça-feira (13) em queda, após a divulgação de dados da inflação dos Estados Unidos acima do esperado. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 2,30%, a 110.794 pontos.

Segundo analistas do mercado financeiro, pesaram nas negociações do dia fatos advindos do mercado externo.  Nos Estados Unidos, foi divulgado ontem que a taxa da inflação é de 8,3% no acumulado em 12 meses até agosto. O dado, que mostra uma inflação ainda persistente, sugere que o ciclo de alta de juros no país deve continuar.

O dólar subiu 1,77% frente ao real, cotado a 5,187 na compra e a R$ 5,188 na venda.

Europa

As bolsas europeias estão em trajetória de queda na manhã desta quarta-feira, após a pior liquidação em Wall Street desde junho de 2020. O FTSE 100 tinha baixa, mesmo com os dados de inflação do Reino Unido para agosto sendo menos intensos do que o previsto, ficando abaixo de 10% em agosto na comparação anual.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,69%
DAX (Alemanha), -0,28%
CAC 40 (França), -0,06%
FTSE MIB (Itália), +0,70%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em ligeira alta nesta manhã, após o tombo das bolsas ontem com a divulgação dos dados da inflação. Na terça-feira, todas as 30 ações do índice Dow Jones e todos os setores do S&P 500 terminaram a sessão em baixa. A Nasdaq caiu 5,6% e terminou seu pior dia desde fevereiro, puxada por ações de grandes nomes da tecnologia como Netflix (-7,8%) e Meta (-9,4%).

Dow Jones Futuro (EUA), +0,43%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,52%
Nasdaq Futuro (EUA), +0,55%

Ásia

As bolsas asiáticas sentiram fortemente o impacto da divulgação dos dados da inflação dos EUA, que fez com que o dólar disparasse em relação a diversas moedas. A moeda americana pressionou o iene japonês, para perto de uma baixa de 24 anos em 149,96 ienes.

Shanghai SE (China), -0,80%
Nikkei (Japão), -2,78%
Hang Seng Index (Hong Kong), -2,48%
Kospi (Coreia do Sul), -1,56%

Petróleo

Os preços do petróleo operam perto da estabilidade nesta manhã, na mesma toada das bolsas diante da divulgação da inflação do consumidor. Na terça-feira, a Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) comunicou estar vendo “sinais errôneos” do mercado, uma vez que o cartel se opõe às previsões de que a desaceleração do crescimento econômico e o aperto da política monetária pesarão na demanda global de petróleo em 2023.

Petróleo WTI, +0,24, a US$ 87,52 o barril
Petróleo Brent, +0,23%, a US$ 93,38 o barril

Agenda

Será divulgado nesta quarta-feira o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) referente a agosto. Em julho, o indicador recuou 0,5% na comparação com junho, o que levou o dado anualizado a cair de 11,3% para 9,8%. Para o dado que será anunciado hoje, o consenso Refinitiv projeta uma deflação de 0,1% na comparação mensal, o que levaria a alta anual para 8,8%.

Por aqui, no Brasil, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga nesta manhã as vendas no varejo em julho. O consenso Refinitiv aponta para avanço de 0,30% na base mensal e queda de 3,5% na anual.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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