Em semana conturbada com dados de inflação americana, bolsas mundiais operam em queda nesta sexta-feira (16)

Mercados mundiais esperam novos aumentos nas taxas de juros, pois os dados da inflação das principais economias não cedem
16 de setembro de 2022

As bolsas mundiais estão operando no negativo na manhã desta sexta-feira (16), em uma semana movimentada com a divulgação de dados mostrando que a inflação americana não cede, o que deve levar o Fed (Federal Reserve) a manter uma política mais agressiva de aumento dos juros para conter a inflação. A expectativa do mercado é de que a autoridade monetária aumente os juros em 75 pontos-base, sendo a terceira alta consecutiva nesse patamar. Ainda, há a sensação de que o Fed deve prosseguir com os reajustes para cima para além do mês de setembro. A próxima reunião do Fed será semana que vem.

Na terça-feira (13), foi divulgado nos EUA que a taxa da inflação ao consumidor fechou a 8,3% no acumulado em 12 meses até agosto. O dado mostra uma inflação ainda persistente, derrubando os mercados pelo mundo no dia da divulgação.

Na Europa, por sua vez, persistem os rumores de alta nas taxas de juros da zona do euro, em meio às preocupações com a inflação e com a crise em relação ao aumento da taxa de juros. Essa percepção cresceu com a divulgação, nesta manhã, da inflação na zona do euro de agosto, que atingiu 9,1% no acumulado de 12 meses, ante 8,9% em julho. Há um ano, a taxa estava em 3%.

Há uma expectativa hoje de um pronunciamento da presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde (BCE).

Brasil

O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (15) em queda diante de dados sobre o PIB brasileiro e a economia dos Estados Unidos. O principal índice da bolsa de valores recuou 0,54%, a 109.954 pontos

No Brasil, os investidores observam o resultado da prévia do PIB de julho, divulgada pelo Banco Central, que indicou uma alta de 1,17% na comparação com o mês anterior.

No mercado externo, os investidores seguem de olho nos rumos das taxas de juros. Ontem (15), o Departamento do Comércio dos EUA informou que as vendas do varejo cresceram 0,3% em agosto, enquanto os pedidos iniciais de seguro desemprego caíram pela quinta semana seguida.

Nas negociações do dia, o dólar teve alta de 1,18%, cotado a R$ 5,239 na compra e na venda.

Europa

As bolsas europeias também estão em baixa, com expectativas preocupantes sobre o futuro da economia na região.  Novos aumentos nas taxas de juros são esperadas nos próximos meses. Além disso, a volatilidade contínua no mercado de energia permanece pesando sobre as ações.

FTSE 100 (Reino Unido), -0,04%
DAX (Alemanha), -1,71%
CAC 40 (França), -1,39%
FTSE MIB (Itália), -1,13%

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA caíram, tanto pela análise macro como por alguns alguma notícias corporativas desfavoráveis. Durante a sessão regular, o índice Dow Jones caiu 0,56%, para seu menor fechamento desde 14 de julho. O Nasdaq recuou caiu 1,43%, enquanto o S&P 500 escorregou 1,13%. A expectativa mais negativa é que as três principais médias estão a caminho de registrar a quarta semana de perdas em cinco.

Dow Jones Futuro (EUA), -0,85%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,98%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,18%

Ásia

Na mesma toada que as demais, as bolsas asiáticas também fecharam em queda nesta sexta-feira, apesar de indicadores de atividade na China terem mostrado comportamento positivo.

A produção industrial de agosto da economia chinesa superou as previsões, crescendo 4,2% em bases anuais e 3,8% no mês. E as vendas no varejo no mesmo mês subiram 5,4% no ano e 2,7% na comparação mensal.

Shanghai SE (China), -2,30%
Nikkei (Japão), -1,11%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,89%
Kospi (Coreia do Sul), -0,79%

Petróleo

No mercado de commodities, os preços do petróleo operam sem definição de tendência, de olho no noticiário macroeconômico. Por um lado, pesam os temores por uma potencial queda na demanda global por efeitos das taxas de juros.

Petróleo WTI, +0,14, a US$ 87,26 o barril
Petróleo Brent, +0,36%, a US$ 91,21 o barril

Agenda

Nos EUA, destaque para a divulgação do índice de sentimento do consumidor, elaborado pela Universidade de Michigan.

Por aqui, no Brasil, no campo político, pesquisa Datafolha divulgada ontem (15) mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 45% das intenções de votos e o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, com 33%. No campo econômico, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulga nesta sexta-feira a pesquisa Sondagem Industrial de Agosto. A antecipação da atividade industrial chega no dia seguinte à elevação da projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) feita pelo Ministério da Economia. Além disso, a Fundação Getúlio Vargas divulga o IGP-10 de setembro.

Redação ICL Economia
Com informações das agências

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