As bolsas internacionais estão operando em queda na manhã desta sexta-feira (23), como reflexo das decisões dos bancos centrais a respeito das taxas básicas de juros ao longo da semana. Na última quarta-feira (21), o Fed (Federal Reserve) elevou a taxa básica em 0,75 ponto percentual, a terceira elevação nesse patamar, para tentar controlar a inflação. Já na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE) subiu a taxa em 0,50 ponto porcentual ontem (22), devido à escalada dos preços de energia ocasionada pela guerra na Ucrânia.
Essa sequência de decisões importantes e decisivas para o futuro das economias locais e, também, mundial, tem impactado sobre o dólar, como se viu no Japão esta semana, onde o governo local foi obrigado a intervir para segurar a moeda americana em relação ao iene.
A movimentação das autoridades monetárias vista ao longo da semana deve perdurar por ainda mais um tempo. A sinalização veio do presidente do Fed, Jerome Powell, de que o aperto monetário deve continuar. Ele falará novamente em evento promovido pela instituição, em Washington, o que deve trazer novos direcionamentos aos mercado a respeito dos caminhos que serão escolhidos pela autoridade monetária.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de quinta-feira (22) em alta, na contramão do dia negativo nos mercados externos após a nova alta na taxa básica de juros dos Estados Unidos. O principal índice da Bolsa de Valores subiu 1,91%, a 114.070 pontos. O volume negociado na sessão de hoje ficou em R$ 33,5 bilhões.
Segundo analistas do mercado financeiro, o foco dos investidores está nas decisões sobre as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil. Na quarta-feira (21), o Fed (Federal Reserve), o banco central americano, aumentou as taxas de juros do país para uma faixa de 3% a 3,25% – uma alta de 0,75 ponto percentual. A alta de juros nos Estados Unidos tende a se refletir no aumento da cotação do dólar no Brasil, uma vez que há saída da moeda do país, com o objetivo de buscar a melhor remuneração lá fora.
No Brasil, também na quarta-feira, o Banco Central decidiu manter os juros em 13,75% – mas mandou um recado claro de que, caso a inflação volte a pressionar, a Selic pode subir novamente no futuro.
O dólar comercial fechou em baixa de 1,14%, cotado a R$ 5,114 na compra e na venda.
Europa
As bolsas europeias também operam em queda nesta manhã, repercutindo a decisão do Fed, mas, principalmente, a de bancos centrais locais. Ontem (22), a Suíça elevou seus juros em 0,75 ponto percentual e saiu da política de taxas negativas após sete anos.
O Banco da Inglaterra (BoE) subiu a taxa em 0,50 ponto porcentual, com renovadas preocupações sobre os preços de energia, apesar de medidas recentes de socorro anunciadas pelo governo britânico.
FTSE 100 (Reino Unido), -1,67%
DAX (Alemanha), -1,46%
CAC 40 (França), -1,00%
FTSE MIB (Itália), -1,62%
Estados Unidos
Os índices futuros de Nova York recuam sob o contínuo impacto da alta de 75 pontos base anunciada pelo Fed na quarta-feira e pelos comunicados de que o aperto monetário vai perdurar por um bom tempo. Desde o anúncio, ações dos setores como os de bens de consumo e de tecnologia têm sido as mais atingidas.
Dow Jones Futuro (EUA), -0845%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,85%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,02%
Ásia
As bolsas asiáticas também operaram em forte queda nesta sexta-feira, enquanto continuam a medir os impactos das políticas monetárias mais contracionistas, como na China, onde a previsão de crescimento foi rebaixada de 5,1% para 4,3% em 2023.
Shanghai SE (China), -0,66%
Nikkei (Japão), -0,58%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,18%
Kospi (Coreia do Sul), -1,81%
Petróleo
No mercado de commodities, os preços do petróleo caem forte, com temores das ameaças nucleares feitas pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, contra a Ucrânia. Mas há, no horizonte, alguma perspectiva de manutenção da demanda, especialmente na China.
Petróleo WTI, -1,94%, a US$ 81,87 o barril
Petróleo Brent, -1,68%, a US$ 88,94 o barril
Agenda
A sexta-feira tem poucos indicadores econômicos para guiar os investidores. São esperados nesta manhã as divulgações de índices de gerentes de compras (PMI) na Europa e nos Estados Unidos.
Por aqui, no Brasil, no campo político, pesquisa Datafolha divulgada ontem (22) mostra que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou a margem em relação ao presidente Jair Bolsonaro (PL) e tem chances de vencer a disputa no primeiro turno. O petista aparece com 47% das intenções de votos ante 33% do presidente. No cenário econômico, nenhum indicador econômico importante será divulgado nesta sexta-feira.
Redação ICL Economia
Com informações das agências