O Ibovespa fechou o pregão desta segunda-feira (26) em forte queda, com investidores de olho nas eleições presidenciais no Brasil e receosos com as ações do setor financeiro. O principal índice da Bolsa brasileira recuou 2,33%, a 109.114 pontos. É a menor pontuação desde 9 de agosto, quando fechou em 108.651.
Segundo analistas do mercado financeiro, os mercados globais estão sob pressão diante do aperto monetário no exterior e das preocupações com a recessão. No âmbito internacional, investidores monitoram a volatilidade no Reino Unido, cuja moeda recuou à mínima histórica nesta manhã, e no restante da Europa, onde há possibilidade de recessão, com as autoridades monetárias buscando combater a alta de preços.
O Banco Central Europeu (BCE) sinaliza que deve continuar a aumentar as taxas de juros de forma decisiva, pois é alto o risco de a inflação ficar estagnada em níveis acima de sua meta de 2%, segundo informou o presidente do Bundesbank, Joachim Nagel. O BCE já elevou sua taxa básica em 125 pontos-base, para 0,75%, ritmo mais acelerado de sua história.
Nos Estados Unidos, na semana passada, o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, aumentou as taxas de juros do país para uma faixa de 3% a 3,25% — uma alta de 0,75 ponto percentual. No Brasil, o Banco Central decidiu manter os juros em 13,75% – mas mandou um recado de que, caso a inflação volte a pressionar, a Taxa Selic pode subir novamente no futuro.
Nesta segunda-feira, dados do boletim Focus, que reúne projeções de economistas do mercado financeiro, reduziram de 6% para 5,88% a estimativa de inflação para este ano. Já a previsão dos economistas dos bancos para a economia é de crescimento de 2,67% em 2022, contra os 2,65% previstos anteriormente.
Nas negociações do dia, o dólar fechou em forte alta de 2,52% frente ao real, cotado a R$ 5,3804.
As quedas do dia do Ibovespa
Entre as principais perdas do dia do Ibovespa, as ações ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) caíram 4,62%. As preferenciais do Itaú (ITUB4) recuaram 1,80% e as do Bradesco (BBDC4), perderam 1,59%. As unitárias do Santander (SANB11) cederam 2,51%.
As companhias ligadas ao setor de commodity também pressionaram o Ibovespa para baixo. A 3R Petroleum (RRRP3) foi a maior queda percentual do Ibovespa, com suas ações ordinárias caindo 6,83%. As preferenciais série B da Usiminas (USIM5) e as ordinárias da SLC Agrícola (SLCE3) também foram destaque, com menos 4,6% e 4,54%, respectivamente.
Por fim, as ações das Companhias ligadas ao mercado interno também caíram, por conta da alta dos juros – as ordinárias da Magazine Luiza (MGLU3) recuaram 6,26% e as da Petz (PETZ3), 6,83%.
Bolsas norte-americanas
Nos Estados Unidos, em Nova York, as bolsas fecharam no negativo. O índice Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram, respectivamente, 1,11%, 1,03% e 0,60%.
Redação do ICL com informações das Agências