As bolsas internacionais operam nesta manhã de segunda-feira (3) sem rumo definido, diante das muitas incertezas no cenário econômico mundial. O fato é que os riscos de uma recessão mundial jogam uma sombra no horizonte, deixando os investidores mais temerosos. A inflação continua em patamares elevados, tanto nos EUA quanto na Europa, indicando que mais aperto monetário deve vir por aí.
Um desses sinais veio dos Estados Unidos na sexta-feira passada, quando foi divulgado o índice inflacionário PCE . Ao longo desta semana, quando começa o quarto e último trimestre do ano, serão divulgados os indicadores de atividade, emprego e preços nos EUA e na Europa, que são usados como parâmetros pelo Fed (Federal Reserve) na definição da política monetária.
Na Europa, a crise energética continua pesando sobre os mercados. Há temores de que a OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais aliados) possa reduzir sua produção. Além disso, o corte da Gazprom no envio de gás para a Itália, que foi anunciado no sábado, joga mais tensão sobre o fornecimento de gás durante o inverno europeu. Nesta manhã de segunda-feira, as ações europeias também operam em baixa.
Na Ásia, por sua vez, a maioria dos mercados fechou no campo negativo, com Hang Seng, de Hong Kong, atingindo os níveis mais baixos em 11 anos. Os mercados da China estão fechados para o feriado da Golden Week.
Brasil
O Ibovespa fechou o pregão de sexta-feira (30) em alta acentuada após a divulgação da notícia de que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles participará de um eventual futuro governo Lula. A notícia amenizou as preocupações de investidores em caso de vitória do petista nas eleições. O principal índice da Bolsa brasileira subiu 2,20%, a 110.037 pontos.
Segundo analistas financeiros, os investidores repercutiram o debate presidencial realizado na quinta-feira (29), na TV Globo, a três dias do primeiro turno das eleições gerais. Mais cedo, o IBGE informou que o desemprego recuou para 8,9% no trimestre encerrado em agosto – mas com recorde de trabalhadores sem carteira assinada.
Nas negociações do dia, o dólar caiu 0,02%, negociado a R$ 5,395 na venda e a R$ 5,394 na compra. No mês, no entanto, a alta acumulada foi de quase 3%.
Europa
As bolsas europeias operam em baixa nesta manhã, acompanhando o desempenho negativo observado nas bolsas da Ásia, diante das preocupações sobre a posição de capital do Credit Suisse persistem após um aumento nos swaps de crédito. Além disso, no câmbio, a libra subiu 0,8% hoje frente ao dólar com relatos de que o governo do Reino Unido reverterá os planos de eliminar a alíquota máxima do imposto de renda.
FTSE 100 (Reino Unido), -1,04%
DAX (Alemanha), -1,26%
CAC 40 (França), -1,61%
FTSE MIB (Itália), -0,78%
Estados Unidos
Os índices futuros dos EUA operam sem direção definitiva no primeiro pregão de outubro, depois do índice Dow Jones e do S&P 500 atingirem o menor nível desde março de 2020. Por sua vez, o Dow Jones caiu 8,8% em setembro, enquanto o S&P 500 e o Nasdaq Composite perderam 9,3% e 10,5%, respectivamente.
Dow Jones Futuro (EUA), +0,21%
S&P 500 Futuro (EUA), +0,02%
Nasdaq Futuro (EUA), -0,46%
Ásia
A maioria mercados asiáticos fechou no terreno negativo nesta segunda-feira, com exceção do Nikkei 225, no Japão, subindo 1,07%, aos 26.215 pontos. Já o índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 0,97%, depois de atingir os níveis mais baixos desde outubro de 2011. Os mercados da China e da Coreia do Sul estão fechados devido a feriados locais.
Shanghai SE (China), fechado
Nikkei (Japão), +1,07%
Hang Seng Index (Hong Kong), -0,83%
Kospi (Coreia do Sul), fechado
Petróleo
As cotações do petróleo registram forte alta nesta segunda-feira, com a Opep+ considerando cortar a produção em até 1 milhão de barris por dia em uma reunião desta semana para sustentar os preços da commodity.
Petróleo WTI, +4,63%, a US$ 83,17 o barril
Petróleo Brent, +4,40%, a US$ 88,89 o barril
Agenda
A semana nos EUA está recheada de indicadores importantes. O ponto alto é o payroll, na sexta-feira (7). A média da projeção dos economistas consultados pela Refinitiv aponta para a criação de 250 mil vagas de trabalho em setembro, com uma leve desaceleração em relação a agosto. Nesta segunda-feira (3), será divulgado o PMI industrial.
Por aqui, no Brasil, no campo político, o resultado do primeiro turno ontem (2) mostra que haverá segundo turno entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL). Já na agenda econômica, será divulgada nesta segunda-feira (3) a balança comercial de setembro, que deve mostrar superávit de US$ 4,5 bilhões. O destaque é a produção industrial do mês de agosto, a ser divulgada na quarta-feira (5). A previsão é de retração de 1% em relação a julho. Na sexta-feira (7), será divulgado o indicador de vendas no varejo.
Redação ICL Economia
Com informações das agências