Exigência dos nomes do futuro governo Lula, por parte dos empresários, pode ser uma armadilha para críticas

Em 13 anos do governo do PT, na área de economia, não houve qualquer ato irresponsável. Fizeram parte da equipe nomes como Armínio Fraga, Henrique Meirelles e Joaquim Levy
6 de outubro de 2022

Empresários que apoiavam a ex-candidata Simone Tebet (MDB), agora, passaram a exigir do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) transparência e nomes para futuros ministérios. Apesar de ter um programa de governo, parte dos empresários argumenta que o candidato não deu até agora nem ao mercado financeiro nem aos eleitores clareza na condução de sua política econômica. Apesar de apoios importantes – como o de Henrique Meirelles, ex-ministro da Fazenda e ex-presidente do BC –, Lula tem evitado citar nomes de uma futura equipe econômica. 

O economista e fundador do ICL (Instituto Conhecimento Liberta), Eduardo Moreira, explica que, no momento em que se divulgam os nomes dos participantes do futuro governo Lula, há o risco de os nomes virarem alvos de ataques da oposição.  “É preciso tomar muito cuidado com a divulgação dos nomes da futura equipe do governo Lula porque pode ser uma armadilha”, diz Moreira, lembrando que tudo poderá ser usado contra ele neste momento.

O economista ainda lembra que o PT ficou no poder 13 anos, sendo a maior parte, 8 anos, com o próprio Lula como presidente. Na área da economia, não houve qualquer ato irresponsável. Fizeram parte do governo dele  Henrique Meirelles,  Joaquim Levy. “Os empresários querem que tipo adicional de provas? Por isso, aviso que essa exigência de futuros nomes do governo Lula pode ser uma armadilha”, afirma Moreira.


Mesmo com a experiência de 8 anos de governo Lula, empresários cobram “responsabilidade”

governo Lula

Crédito: ICL Notícias

Segundo informou reportagem do Estadão, a posição de João Nogueira, conselheiro de diversas empresas, entre elas a petroquímica Braskem e a Wiz (de soluções para seguros), resume bem o humor dos apoiadores de Tebet. “Antes de mais nada, Lula precisa explicitar e construir um programa negociado com o centro democrático. Precisa ter uma âncora fiscal clara (para conter os gastos públicos), apoio à reforma tributária que está no Senado e quais são os programas sociais e educacionais que serão levados adiante”, diz Nogueira. “O que a gente quer ver é um programa moderno e direcionado para combater as desigualdades, mas com responsabilidade.”

Em geral, os empresários do “time Tebet” resistiram à tentação do voto útil no primeiro turno e se comprometeram até o fim com a candidata escolhida. Entre os nomes que formaram o “pelotão de choque” e advogaram pela escolha da emedebista estão Candido Bracher (ex-presidente do Itaú Unibanco), Walter Schalka (presidente da Suzano), Fábio Barbosa (presidente da Natura & Co), Pedro Passos (um dos fundadores da Natura) e Horácio Lafer Piva (sócio e conselheiro da gigante de papel e celulose Klabin).

Lula já anunciou a incorporação de diversas pospostas econômicas de Ciro Gomes e Simone Tebet ao seu programa de governo. Por isso, Eduardo Moreira insiste que essa pressão pode ser uma armadilha para futuras críticas.


Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias

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