O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos subiu 0,4% em setembro, na comparação com agosto, segundo dados divulgados nesta quinta (13) pelo Departamento do Trabalho americano. A inflação para o consumidor atingiu alta de 8,2% no acumulado em 12 meses. Tanto a medição mensal como a anual vieram acima da expectativa do mercado. O consenso Refinitiv apontava para alta de 0,2% ante agosto e de 8,1% em 12 meses.
Diante da continuidade da alta da inflação, analistas já cogitam de o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, manter o ritmo de alta de 75 pontos na taxa de juros na próxima reunião de dezembro. Isso porque, em agosto, autoridades do Fed afirmaram querer ver meses de evidências de que os preços estão esfriando, especialmente no indicador principal, para alguma redução da taxa de juros.
Os núcleos da inflação também vieram acima das estimativas nos Estados Unidos: 0,6% na comparação mensal e 6,6% na anual, ante projeções de 0,5% e de 6,5%, respectivamente. O dado mostra a persistência da inflação no país e possível aumento da taxa de juros. Na quarta-feira (12), o Departamento do Trabalho apontou que o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 0,4% em setembro na comparação com agosto e 8,5% ante setembro de 2021, ambas as medições acima da expectativa de mercado.
Segundo o departamento, os aumentos nos índices de habitação, alimentação e assistência médica trouxeram as maiores contribuições para o índice geral. Essas altas foram parcialmente compensadas por uma queda de 4,9% no índice de gasolina.
O índice de alimentação subiu, aumentando 0,8% no mês, enquanto o índice de alimentação em casa subiu 0,7%. Os preços de energia caíram 2,1% no mês com a gasolina caindo, mas os índices de gás natural e eletricidade aumentando.
Os índices específicos de moradia, assistência médica, seguro de veículos automotores, veículos novos, móveis e operações domésticas e educação estiveram entre os que mostram aumento no mês.
Sem sinais de desaceleração, analistas preveem a taxa de juros terminal (a que apontará o final do ciclo contracionista) precificada em 4,85%
Na avaliação de alguns analistas, a inflação de serviços está muito mais alta que o esperado. A alta do item hospedagem no mês (+078%) chamou a atenção. Também vieram fortes os preços de passagens aéreas (+0,8%), aluguel de carros (+2,5%) e seguros para veículos (+1,6%).
Na comparação anual, o índice de energia ainda mostra pressão, com alta de 19,8% nos 12 meses encerrados em setembro, embora tenha desacelerado em relação aos 23,8% verificados no período encerrado em agosto. O índice de alimentos está 11,2%.
O índice de energia caiu 2,1% em setembro, após queda de 5,0% em agosto. Os preços da gasolina foram 4,9% menores no mês, também após uma queda maior, de 10,6% em agosto. No entanto, o índice do gás natural subiu 2,9% em setembro, após alta de 3,5% em agosto. O índice de eletricidade também aumentou ao longo do mês, subindo 0,4%.
Nos últimos 12 meses, o índice de energia subiu 19,8%, com a gasolina mostrando alta de 18,2% no período. O índice de óleo combustível teve alta de 58,1% em relação a setembro de 2021 e o índice de eletricidade subiu 15,5% na mesma comparação, enquanto o gás natural se elevou em 33,1%.
Relatório do Morgan Stanley afirma que a pressão mais sustentada dos serviços básicos, em particular os aluguéis, pode fazer com que o Fed tenha que contemplar outra alta de 75 pontos base na taxa de juros em dezembro, contra nosso cenário base atual de 50 pontos base, consta no documento divulgado.
Sem sinais de desaceleração da inflação, analistas consultados preveem a taxa terminal de juros (a que apontará o final do ciclo contracionista) precificada em 4,85%. Em setembro, o Banco Central americano subiu a taxa de juros dos Fed Funds para uma faixa de 3% a 3,25%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias