O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) publicou em seu perfil no Twitter que pretende que o Brasil se torne autossuficiente em refino do petróleo em um eventual novo mandato seu. Antes, em evento de campanha no Recife, ao lado da candidata ao governo de Pernambuco Marília Arraes (Solidariedade) e do prefeito da capital, João Campos (PSB), o candidato e ex-presidente prometeu construir refinarias e “tomar conta da Petrobras e fazer investimentos”. Diferentemente de Bolsonaro, Lula pretende suspender venda de ativos da Petrobras, transformando-a em uma companhia de energia, com atuação para além do petróleo.
Vencedor do primeiro turno e atual líder nas pesquisas de votos, o petista tem criticado a atual política de preços da Petrobras e a necessidade de importação de combustíveis. “Quero dizer a vocês que a gente vai fazer refinaria e o Brasil vai voltar a ser autossuficiente em refino”, disse o ex-presidente, durante discurso em um carro de som.
Lula prometeu fazer investimentos e também afirmou que irá concluir a refinaria de Abreu e Lima, em Ipojuca, no litoral sul do estado, e reforçou que não irá privatizar a Petrobras, caso volte ao governo. “Nós vamos acabar essa refinaria (…) há 20 anos o Brasil não fazia uma refinaria. Eles destruíram a BR [Distribuidora], venderam a BR dizendo que ia ter mais concorrência e a gasolina ia ficar mais barata. Hoje, tem 392 empresas importando gasolina dos Estados Unidos e nos vendendo a preço de dólar”, disse.
Em vez de privatizar, Lula promete fazer investimentos na Petrobras, principalmente no refino do petróleo
O petista seguiu dizendo que não iria privatizar os bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, e que irá usar o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) para criar uma linha de crédito para pequenos empreendedores.
Os preços dos combustíveis viraram uma das principais armas da disputa eleitoral deste ano. Em junho, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) instituiu um teto para cobrança de ICMS (imposto estadual) sobre combustíveis, transporte, energia e telecomunicações
Com isso, os preços da gasolina, o subitem que mais pesa na inflação, caíram. O Brasil registrou deflação (queda de preços) de 0,29% em setembro, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O governo pressionou a Petrobras para que não fizesse reajustes de preço no combustível.
Com isso, a defasagem entre os preços internos e os valores internacionais tem disparado e atingiu os dois dígitos na segunda-feira (10).
O valor médio da gasolina nas refinarias brasileiras era de R$ 0,36 por litro, ou 10% menor que a paridade de importação. Já para o diesel, essa diferença medida pela Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis) era de R$ 0,75 por litro, ou 13%.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias