O grupo Livres, que reúne alguns dos mais proeminentes economistas liberais do Brasil, incluindo os formuladores do Plano Real, divulgou manifesto em que defende o voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O texto não nega as divergências do grupo com o Partido dos Trabalhadores, mas destaca os diversos crimes de Jair Bolsonaro.
Manifesto dos economistas a Lula:
Nós, associados do movimento Livres, que subscrevemos o presente Manifesto, liberais por inteiro, tendo em vista os Dez Compromissos que formam o centro de nossa plataforma política, expomos os motivos que nos levam, no segundo turno das eleições presidenciais, a manifestar nossa posição coletiva, não vinculada ao movimento ou à sua direção, contrária ao projeto que se afasta, de forma rompante e inequívoca, dos fundamentos do liberalismo democrático: o apresentado pelo candidato à reeleição Jair Bolsonaro. Ao fazê-lo, colocamo-nos em favor do projeto que tem, comprovadamente, agregado variadas forças políticas que entendem como imperiosa e urgente a defesa da democracia: a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Nosso voto não despreza as divergências que já expusemos e que ainda mantemos para com o Partido dos Trabalhadores e com o histórico de seus governos à frente do Poder Executivo. Ao longo dos anos, apontamos os erros graves de uma política econômica equivocada e perdulária; os desvios de recursos públicos em favor de empreiteiras e partidos; e a retórica danosa de “nós contra eles”. Entretanto, os governos petistas, mesmo diante dos momentos mais críticos, como o impeachment de 2016, não ameaçaram nem tentaram romper com a institucionalidade democrática e se submeteram ao afastamento da Presidente, respeitando as diretrizes que embasam o Estado democrático de Direito, consagrados na Constituição Federal. No primeiro mandato de Lula, os pilares macroeconômicos foram preservados e programas sociais consolidados e aprimorados, representando avanços no combate às desigualdades.