Dieese projeta entrada de R$ 249,8 bilhões na economia do Brasil com pagamento de 13º salário

Maior parcela do montante do 13º salário, que vai circular na economia do Brasil, será paga aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), com 62,1% do total destinado ao mercado formal
18 de novembro de 2022

O 13º salário vai ser pago a 85,5 milhões de brasileiros, pouco mais de um terço da população no Brasil. Considerando o valor médio de R$ 2.672, haverá a entrada de R$ 249,8 bilhões na economia do Brasil em 2022, de acordo com projeção feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O montante que será injetado na economia representa quase 2,6% do Produto Interno Bruto (PIB) do País, pago aos trabalhadores do mercado formal, empregados domésticos com registro em carteira, aos beneficiários da Previdência Social e aposentados e beneficiários de pensão da União e dos estados e municípios. Uma das medidas eleitoreiras do Governo Bolsonaro foi a antecipação do 13º salário. Portanto, uma parte dos recursos já entrou na economia do Brasil. 

Do total de 85,5 milhões de brasileiros que recebem 13º salário, 52 milhões, ou 61%, são trabalhadores do mercado formal. Os empregados domésticos, com carteira de trabalho assinada, equivalem a 1,4 milhão de pessoas (0,9%) do conjunto de beneficiários.

Os aposentados ou pensionistas da Previdência Social (INSS) correspondem a 32 milhões, ou 20,3% do total. Além desses, aproximadamente 1 milhão de pessoas (ou 1,2% do total) são aposentadas e beneficiárias de pensão da União (Regime Próprio). Há também um grupo constituído por aposentados e pensionistas dos estados e municípios (regimes próprios) que vai receber o 13º e que não pode ser quantificado.

Para o cálculo do pagamento do 13º salário em 2022, foram reunidos dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) e do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), ambos do Ministério do Trabalho e Previdência. Também foram consideradas informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).

Por volta de R$ 167,6 bilhões, ou 66,9% do total, irão para os empregados formais, incluindo os trabalhadores domésticos. Outros 33,1% dos R$ 249,8 bilhões (R$ 83 bilhões) serão pagos aos aposentados e pensionistas.

Considerando apenas os beneficiários do INSS, são 32 milhões de pessoas que receberão R$ 50,8 bilhões. Aos aposentados e pensionistas da União serão destinados R$ 10,6 bilhões (4,2%); aos aposentados e pensionistas dos estados, R$ 16,2 bilhões (6,5%); e aos aposentados e pensionistas dos regimes próprios dos municípios, R$ 5,2 bilhões.

A parcela mais expressiva do 13º salário (49%) deve ser paga nos estados do Sudeste, região com a maior capacidade econômica do país e que concentra a maioria dos empregos formais e aposentados e pensionistas. No Sul, devem ser pagos 17,2% do montante e no Nordeste, 20,6%. Já as regiões Centro-Oeste e Norte recebem, respectivamente, 9,0% e 4,9% do total.

O maior valor médio deve ser pago no Distrito Federal (R$ 4.711) e o menor, no Maranhão e Piauí (R$ 1.818 e R$ 1.867, respectivamente). Para os assalariados formais dos setores público e privado, que correspondem a 50,8 milhões de trabalhadores, excluídos os empregados domésticos, a estimativa é de que R$ 164,8 bilhões serão pagos a título de 13º salário.

A maior parcela do montante a ser distribuído na economia caberá aos ocupados no setor de serviços (incluindo administração pública), que ficarão com 62,1% do total destinado ao mercado formal; os empregados da indústria receberão 16,4%; os comerciários terão 18,8%; aos que trabalham na construção civil será pago o correspondente a 3,9%, enquanto 4,6% serão recebidos pelos trabalhadores da agropecuária.

A maior média deve ser paga aos trabalhadores do setor de serviços (R$ 3.840), seguido pela indústria (R$ 3.335), construção civil (R$ 2.297), comércio (R$ 2.235) e agropecuária (R$ 2.050). A média de todos esses setores do mercado formal é de R$ 3.242,78.

Em relação aos valores que cada segmento receberá, segundo o Dieese, há  a seguinte distribuição: os empregados formalizados ficam com 73% (R$ 52,7 bilhões) e os beneficiários do INSS, com 20,1% (R$ 19,6 bilhões), enquanto aos aposentados e pensionistas do Regime Próprio do estado caberão 4,6% (R$ 3,3 bilhões) e aos do Regime Próprio dos municípios, 2,5%.

Com economia do Brasil indo mal, pesquisas sobre 13º salário no Google disparam

Segundo levantamento realizado pelo Google Trends e divulgado pelo G1, “como calcular o décimo terceiro?” foi a pergunta mais buscada pelos brasileiros no último mês. “Qual é o valor do décimo terceiro?” e “o que é o décimo terceiro?” estão na sequência entre as dúvidas mais pesquisadas.

O pico de interesse pelo tema foi registrado na semana passada, de 6 a 12 de novembro. “Que dia cai a primeira parcela do décimo terceiro?” foi a pergunta com maior crescimento nos últimos 30 dias se comparado com o mês anterior. A alta foi de cerca de 5.000%, de acordo com dados do Google Trends.

 

Dieese, economia do Brasil

Fonte: Dieese


Redação ICL Economia
Com informações do Dieese e do G1

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