Pesquisa FGV IBRE sobre mercado de trabalho mostra que quase 90% dos informais pesquisados preferiam ter um emprego com carteira assinada. A pesquisa, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), foi feita entre os meses de agosto e outubro com cerca de 2.000 pessoas físicas com mais de 14 anos de idade em todo o território nacional a cada mês. Na pesquisa FGV IBRE, dos trabalhadores que não possuíam nenhum tipo de registro (trabalhadores sem carteira assinada, empregadores e conta própria sem CNPJ), 87,7% afirmaram que gostariam de ter uma ocupação mais formalizada. Apenas 12,3% preferiam o contrário.
Em setembro, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostrava que o número de empregados, sem carteira assinada no setor privado, em um total de 13,2 milhões de pessoas, era o maior da série histórica.
A pesquisa FGV IBRE mostra que, entre os trabalhadores por conta própria (com ou sem CNPJ), 69,6% gostariam de ter algum vínculo formal com uma empresa, como carteira assinada e seus consequentes direitos trabalhistas. E os 30,4% restantes disseram que prefeririam permanecer na situação atual. Entre os principais motivos apontados pelos que gostariam de se vincular a uma empresa foram o desejo de ter rendimentos fixos (33,1%) e o acesso a benefícios que as empresas costumam dar (31,4%).
Para os trabalhadores que não desejam mudar a categoria da sua ocupação, o fator mais mencionado foi a preferência por flexibilidade de horário (14,3%), seguido pelos que acreditam que na ocupação atual conseguem ter rendimentos maiores (11,9%) do que teriam se fossem vinculados a uma empresa.
As pessoas foram consultadas ainda sobre a satisfação com o próprio trabalho. A maioria dos entrevistados disseram estar satisfeitos ou muito satisfeitos (72,2%). Os insatisfeitos ou muito insatisfeitos somaram 27,8% do total.
Entre os motivos da insatisfação com o trabalho atual estão remuneração baixa (64,2%), pouco ou nenhum benefício (43%) e insegurança por ser um trabalho temporário (23,7%). Outros 22,9% alegaram estar trabalhando menos do que gostariam, 21,4% citaram carga horária elevada e 12,9% a distância da casa para o trabalho, de acordo com a Pesquisa FGV IBRE, divulgada pela reportagem do G1.
Pesquisa FGV IBRE mostra que 66,5% dos trabalhadores conseguem se manter por no máximo 3 meses sem emprego
A possibilidade de perder o emprego ou a principal fonte de renda nos próximos 12 meses é vista como improvável ou muito improvável pela maioria dos respondentes (58,7%). Na contramão, 41,3% afirmaram ser provável ou muito provável.
As pessoas foram questionadas ainda sobre o período em que conseguiriam se sustentar caso perdessem o principal emprego ou fonte de renda. A maioria (66,5%) respondeu que se manteria somente pelo período de até 3 meses. Os demais 33,5% afirmaram que conseguiriam se manter por mais de 4 meses.
Em relação à tecnologia, com o olhar para os próximos cinco anos, 54,8% acreditam que ela será uma aliada no trabalho e ajudará a aumentar a qualidade de vida. Apenas 15,2% das pessoas afirmam que a tecnologia pode ser um problema e 30% imaginam que a tecnologia não afetará o tipo de trabalho delas.
As pessoas responderam ainda o quanto elas estão preocupadas com determinados temas em um horizonte de tempo entre 5 e 10 anos. Foram abordados temas como finanças, saúde, habitação e conhecimento.
A pesquisa mostra que as pessoas são preocupadas com o futuro, com a percepção mais acentuada quando o tema é finanças. “Não estar tão bem financeiramente quanto gostaria” foi o item com maior proporção de pessoas optando pela resposta “estou muito preocupado” no longo prazo.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias e G1