A pesquisa industrial mensal (PIM), divulgada no dia 1 de abril, aponta aumento mensal de 0,7% ante uma queda de 2,2% no mês de janeiro. A impressão do dado positivo é de que a indústria brasileira está tomando fôlego. Mas, na realidade, o Brasil passa por um processo de desaceleração industrial, que deve ser um dos maiores entraves para um resultado positivo do Produto Interno Bruto (PIB) em 2022.
A leve recuperação de 0,7%, quando comparada ao mesmo período do ano anterior, fevereiro de 2021, aponta para uma queda de 4,3%. O acumulado no ano ficou em 5,8% negativo. A análise dos dados foi divulgada pelo Boletim Economia para Todos Investidor Mestre.
Em fevereiro de 2022, houve elevação nos setores específicos, como o de alimentos (2,4%), de bebidas (4,1%), farmacêutico (12,7%), metalúrgico (3,3%) e móveis (3,3%). Esses resultados positivos têm a ver com o baixo desempenho que estes mesmos setores apresentaram no mês anterior e não devem se repetir em março. Isso mostra que o processo de desaceleração da atividade industrial persiste, com quedas consecutivas da atividade econômica do setor desde setembro de 2021.
Alguns setores importantes tiveram queda significativa em fevereiro de 2022, como o de papel e celulose (-3,4%), extração de madeira, (-1,5%) no mês.
No acumulado de 12 meses, os setores tiverem desempenho negativo, como metalurgia, com alta acumulada de 13,1% ante 14%, o farmacêutico, que teve queda acumulada de 5,2% ante 4,7% em janeiro, e o de informática, que apresentou queda acumulada de 2,2% ante 1% no mês anterior.
O setor automobilístico apresentou uma leve melhora, com alta de 3,2% no mês de fevereiro de 2022. O resultado positivo foi mais devido ao péssimo momento vivido pelo ramo em janeiro do que a uma recuperação de fato do setor. O setor automobilístico é de extrema importância para a economia brasileira pelo fato de ter uma forte cadeia produtiva industrial ligado à sua atividade. O desempenho fraco é preocupante para o comportamento da indústria brasileira no ano de 2022.
Nas grandes categorias, todos os setores tiveram aumento mensal: o de bens de capital teve elevação de 1,9%; de bens intermediários, de 1,6%; de bens de consumo durável teve alta de 0,5% e de bens de consumo semiduráveis e não duráveis, com alta de 1,5%.
Porém, quando comparados ao mesmo período do ano anterior, todos tiveram quedas significativas, com destaque para os bens de capital com queda de 5% e o setor de bens de consumo duráveis, com baixa de 17,6%. Com isso, o acumulado em 12 meses ficou com resultado negativo. A exceção é para os bens de capital que apresentam acumulado de 23,4% e o setor de bens intermediários, com alta de 2,4%.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos Investidor Mestre