A confiança do consumidor voltou a subir em dezembro, em uma demonstração de que o brasileiro está otimista em relação ao futuro. Após dois meses de queda, o ICC (Índice de Confiança do Consumidor) medido pelo FGV/Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) subiu 2,7 pontos em dezembro, para 88,0 pontos. Porém, em médias móveis trimestrais, o indicador recuou 0,3 ponto, para 87,3, após subir nos últimos cinco meses.
Na avaliação do instituto, a alta do ICC foi influenciada pela melhora das expectativas da população em relação aos próximos meses. O ISA (Índice de Situação Atual) se manteve praticamente estável, ao variar 0,1 ponto, para 70,9 pontos, enquanto o IE (Índice de Expectativas) avançou 4,3 pontos, para 100,3 pontos, o melhor resultado desde dezembro de 2019.
“A melhora da confiança reflete um aumento do otimismo em relação aos próximos meses, principalmente das famílias de menor poder aquisitivo, que vêm se mantendo mais endividadas e sofrendo mais com os efeitos da inflação e taxa de juros elevada”, afirmou, em nota, Viviane Seda Bittencourt, coordenadora das Sondagens do Ibre.
A nota também diz que “as avaliações sobre o momento ainda se mantém estáveis, porém com piora na percepção sobre o mercado de trabalho, o que gera cautela na intenção de compras no curto prazo. O ano fecha com um saldo positivo e zera as perdas acumuladas nos últimos dois anos, mas é necessário um grande caminho para que a confiança volte superar o nível neutro estimulando o consumo”.
Situação financeira das famílias nos próximos meses contribuiu para a alta da confiança do consumidor
Ainda segundo a nota do FGV/Ibre, o quesito do ICC que mais contribuiu para a alta em dezembro foi a situação financeira das famílias nos próximos seis meses. O governo eleito conseguiu aprovar a PEC da Transição, promulgada agora em dezembro pelo Congresso Nacional, e, dessa forma, manter o pagamento do Bolsa Família (Auxílio Brasil) em R$ 600 no ano que vem.
O ICC avançou 12,5 pontos, para 105,0 pontos, maior patamar desde fevereiro de 2019 (105,0 pontos). Já o indicador que mede o grau de otimismo com a situação econômica geral subiu 4,5 pontos, para 115,1 pontos. A intenção de compra de bens duráveis, no entanto, caiu 4,7 pontos para 80,8 pontos.
A respeito do Índice de Situação Atual, a nota do FGV/Ibre diz que “entre os quesitos que compõem o ISA, houve piora da satisfação das famílias sobre a situação econômica, e melhora nas avaliações sobre as finanças pessoais no momento”.
O indicador que mede as percepções sobre a situação financeira das familias subiu 2,7 pontos, para 63,6 pontos, enquanto o indicador que mede a satisfação sobre a situação econômica recuou 2,7 pontos, para 78,8 pontos – o pior resultado desde julho de 2021 (77,9 pontos).
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias