Desempregados há mais de 2 anos: 81% são das classes D e E

São 3,7 milhões de brasileiros sem emprego há mais de dois anos. Proporção aumentou 173% desde 2015 entre as classe D e E
4 de abril de 2022

O número de pessoas que estão há mais de dois anos desempregadas aumentou no país. Em 2015, o percentual de brasileiros sem emprego há mais de dois anos era 17%. Hoje, representa 26% dos desocupados, um demonstrativo da dificuldade em conseguir emprego.

Os dados apontam que são mais de 3,7 milhões de pessoas desempregadas no Brasil há mais de dois anos e 81% desse total são das classes D e E. O levantamento foi feito pela Tendências Consultoria Integrada e divulgado pelo jornal O Estado de S. Paulo.

Os desempregados de longo prazo das classes D e E crescem bem acima das demais classes, o que eleva ainda mais a desigualdade no país. Entre 2015 e 2021, o número de pessoas sem emprego há mais de dois anos nas classes D e E avançou 173%; na classes C, 86%; na B, 53%; e na A, caiu 37%.

“A participação dos mais pobres no desemprego de longo prazo é superior à participação desses próprios domicílios na pirâmide social (65,7% conforme a PNAD)”, diz o economista Lucas Assis, responsável pelo levantamento.

Redução da chance de se recolocar

Ao perder a qualificação e ficar mais desatualizado, o trabalhador reduz consideravelmente a chance de se recolocar no mercado comparado a alguém que está há menos tempo desempregado. Nacionalmente, esse quadro representa uma redução no potencial de crescimento da economia no médio e longo prazo.

“Ficar tanto tempo desempregado significa desaprender tarefas, ficar desatualizado em relação às novas práticas e ter dificuldade em ser tão produtivo quanto antes”, explica o economista.

Apesar da melhora verificada nos indicadores de desemprego nos últimos meses, a desigualdade no emprego aumentou. Segundo Assis, a qualidade das vagas é pior e o número de subocupados, maior. O grupo de trabalhadores das classes D e E são aqueles que têm jornada inferior a 40 horas semanais, mas gostariam de trabalhar mais tempo e estão disponíveis. “As condições se deterioraram. Quem consegue emprego consegue com remuneração mais baixa comparado ao passado, o que explica a renda na mínima história”, explica.

 

Redação ICL Economia
Com informações de O Estado de S. Paulo

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