O IPEA divulgou, esta semana, sua carta de conjuntura do primeiro trimestre de 2022, com detalhamento de sua previsão para o PIB deste ano. A projeção continua a mesma desde a última carta de conjuntura, em 1,1% para este ano e 1,7% para 2023. Por outro lado, a previsão é para uma inflação elevada, com forte alta nos preços dos alimentos. O IPCA deve ser de 6,5% no ano de 2022.
Para os economistas André Campedelli e Deborah Magagna, do Boletim Economia Para Todos Investidor Mestre, o IPEA prevê um comportamento inflacionário semelhante ao de 2021, com alta puxada pelos alimentos e pelos bens monitorados, onde se encontram os combustíveis veiculares e domésticos.
A maior variação deverá ser observada nos alimentos em domicílio, que podem valorizar 9,1% no ano. Os economistas ressaltam que a alta de preços dos alimentos será significativa, devendo reduzir ainda mais o poder de compra da classe trabalhadora.
Em análise do documento, Campedelli e Magagna explicam que na previsão do IPEA ainda não foram considerados os possíveis problemas na agropecuária vindos do conflito entre Ucrânia e Rússia. “Com os efeitos da guerra no leste europeu sendo mais visíveis nos próximos meses, a projeção de crescimento do IPEA deve ser revista para baixo”, analisam.
Se observado pela ótica do produto, o instituto projeta que apenas o setor de serviços deve apresentar crescimento no primeiro trimestre. A expectativa é de elevação de 0,4%, enquanto para a agropecuária deve haver queda de 3,5% e para a indústria de 0,2%. Para 2023, é esperado que todos os setores cresçam – agropecuária (2%), indústria (0,8%) e serviços (1,7%). Também deve ser observado um superávit na balança comercial no primeiro trimestre deste ano, com crescimento 5,6% nas exportações, frente a um aumento de 1,5% nas importações.
Taxa Selic e câmbio
Para a taxa Selic, o IPEA acredita que a próxima reunião do COPOM deve trazer o último reajuste do ano, fazendo com que a taxa se eleve até 12,75% e se mantenha neste patamar até o final de 2022. Para 2023, o IPEA acredita que irão ocorrer reduções, fazendo com que a taxa alcance 9%.
Em relação ao câmbio, acredita-se que a taxa cambial termine o ano a R $5,20 e se mantenha assim pelo menos até o final de 2023.
Redação ICL Economia
Com informações do Boletim Economia para Todos