O aumento da produção e das vendas levou a atividade de serviços do Brasil a registrar o crescimento mais forte em quase 15 anos em março, dando sequência à retomada após os danos causados pela Covid-19, de acordo com Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) divulgado nesta terça-feira (5).
Porém, para proteger a margem de lucro contra os aumentos de custos, os fornecedores elevaram ainda mais os preços de seus serviços em março. Com isso, a taxa de inflação foi a mais acentuada desde o início da coleta de dados do PMI.
De acordo com Índice de Gerentes de Compras, os números publicados pela S&P Global mostram que o PMI de serviços foi a 58,1 em março e de 54,7 em fevereiro, marcando a leitura mais elevada desde junho de 2007 (58,4), quando foi iniciada a coleta do índice. Isso significa crescimento forte da produção e das vendas no segmento de serviços nos últimos 15 anos.
O aumento das vendas e da produção no setor de serviços veio acompanhada de uma pressão inflacionária, com os custos de insumos subindo no ritmo mais forte desde novembro passado. Isso se deveu ao aumento dos preços de eletricidade, alimentos, combustível, petróleo e transporte, relacionado em certa medida à guerra entre Rússia e Ucrânia, mas também à falta de uma política econômica eficaz por parte do governo federal.
A pressão inflacionária, que diminuiu em fevereiro, aumentou em março, à medida que a guerra na Ucrânia fez os preços da energia subirem. O último aumento nos custos de insumos foi o quinto maior durante os 15 anos da coleta de dados.
Tanto as preocupações com a inflação quanto com a guerra na Ucrânia afetaram o otimismo empresarial. Embora as empresas tenham permanecido positivas quanto às perspectivas para os próximos 12 meses de produção, o nível geral de confiança caiu do pico de cinco meses registrado em fevereiro.
A elevação do maior número de vendas e de produção no setor de serviços, segundo os entrevistados para a pesquisa, foi consequência da conquista de novos clientes, do êxito dos esforços de marketing e do aumento das vendas.
A demanda dos clientes foi impulsionada pela redução das restrições contra a Covid-19, o que incluía a flexibilização das regras para viagens internacionais. Também houve aumento do número dos novos negócios de exportação, após a queda em fevereiro, contribuindo para a recuperação do índice de vendas totais.
Redação ICL Economia
Com informações das agências de notícias